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Economia “O acordo entre a União Europeia e o Mercosul não vai para o lixo”, afirma embaixador

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Graça Lima: “Os franceses não querem o acordo desde 1999”. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Um dos primeiros negociadores brasileiros para o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), José Alfredo Graça Lima afirma que o adiamento da assinatura do documento não tem impacto prático e pode até reduzir o desgaste, intensificado nesta semana, entre os blocos e entre os países europeus em torno do assunto.

Na avaliação do embaixador, as salvaguardas que haviam sido acordadas pelos europeus para proteger seus agricultores eram uma “aberração” e poderiam anular os possíveis benefícios do tratado.

Vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Graça Lima diz também que o acordo ainda pode ser retomado. Ele pondera, porém, que, no futuro, governos como o da Alemanha podem não se empenhar tanto para promover a assinatura.

A Alemanha vê, no acordo, a possibilidade de alavancar sua indústria, além de acreditar ser importante aproximar a União Europeia de parceiros na América Latina em um momento em que a relação é delicada com os Estados Unidos e em que a China tenta ganhar influência nos países do Mercosul. Confira, a seguir, trechos da entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo.

– Havia uma janela favorável para a assinatura do acordo agora. O que significa o fato de isso não ter sido concluído mais uma vez? “A janela ideal já foi aberta inúmeras vezes no passado. O acordo não vai para o lixo, mas outros governos não necessariamente estarão empenhados em aprová-lo, como está o da Alemanha. Agora, o processo decisório na União Europeia é extremamente complexo. O acordo poderá ser reenviado ao Conselho (que reúne os chefes de Estado do bloco) em algum momento no futuro. Mas acabou acontecendo o que a França queria, o adiamento da discussão.”

– O acordo é muito controverso na França? “Os franceses, desde 1999 – e eu estava presente na reunião – não querem o acordo. Nessa reunião, os alemães já insistiram. Eles (os europeus) brigaram muito entre si. A Comissão (braço executivo do bloco) tomou a dianteira, obteve o mandato e durante todos esses anos procurou fechar o acordo. Mas a França nunca quis porque não é uma questão meramente comercial ou econômica. Trata-se de uma questão política e eleitoral. Os agricultores não querem saber de concorrência. E eles são raivosos lá.”

– O fato de não haver assinatura tem algum impacto? “A meu ver, nenhum. Acho que até se reduz o desgaste que vem se criando por causa disso. A exigência de salvaguardas (definidas nesta semana) é uma completa aberração. Isso anula os possíveis benefícios do acordo de determinados produtos para o mercado europeu e pode ser considerado um ganho para o protecionismo europeu. Tudo é uma questão de preço. Os custos de produção desses artigos na França e em outros países é extremamente alto. Eles não têm realmente condições de competir com as importações do Brasil e da Argentina.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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