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Por Redação O Sul | 22 de setembro de 2017
O ator norte-americano Jerry Lewis deixou de fora de seu testamento os seis filhos que teve com a primeira mulher, a cantora Patti Palmer, com quem foi casado por 36 anos, de 1944 a 1980. A informação é da revista de variedades “People”, que revelou um trecho do texto que cita o desejo do comediante em excluir da lista de beneficiários de suas propriedades o grupo formado por Gary, Ronald, Anthony, Christopher, Scott e Joseph, bem como os respectivos descendentes.
“Eu tenho a intenção de excluir Gary Lewis, Ronald Lewis, Anthony Joseph Lewis, Christopher Joseph Lewis, Scott Anthony Lewis e Joseph Christopher Lewis e seus herdeiros considerados beneficiários das minhas propriedades. Eles não deverão receber nenhum dos benefícios indicados”, diz o testamento, segundo a reportagem. Os valores não foram revelados.
Dessa forma, os bens do comediante deverão ser divididos entre a viúva SanDee Pitnick (com quem ele se uniu em 1983) e a filha adotada pelo casal, Danielle, hoje com 25 anos. Para os demais, qualquer expectativa quando a uma possível herança virou apenas uma piada sem graça.
Um dos maiores comediantes da história do cinema, Lewis morreu aos 91 anos de idade no dia 20 de agosto em sua casa em Las Vegas, no Estado norte-americano de Nevada, após mais de um mês de internação hospitalar para tratar de uma infecção urinária.
Trajetória
Lewis se consagrou como um dos grandes nomes do humor norte-americano em cinco décadas de carreira e mais de 45 filmes. Não por acaso, era conhecido como “o Rei da Comédia”. A estreia no cinema ocorreu em 1949, ao lado do ator e cantor Dean Martin (1917-1995). Eles formaram uma das maiores parcerias da história das telas. Longa-metragens como “O Marujo Foi na Onda” (1952) e “O Rei do Laço” (1956) consolidaram o sucesso mundial. A dupla, que também se apresentava em espetáculos, apareceu junta pela última vez em 1956 no clube Copacabana, em Nova York.
Ainda na década de 1950, Lewis se consagrou como show-man em clubes noturnos e na televisão. O comediante também ficou conhecido por conta de seu programa beneficente anual, o Jerry Lewis MDA Telethon, que tinha o objetivo de arrecadar contribuições para custear o tratamento de crianças com distrofia muscular. Com duas estrelas na Calçada da Fama, o humorista colecionou prêmios por conta de suas atuações, como o Los Angeles Film Critics Association, American Comedy Awards, Festival de Venice, Golden Camera.
Os seus filmes também fizeram muito sucesso no Brasil, tanto no cinema quando na televisão. Os mais conhecidos são “O Professor Aloprado” (1963) e “O Mensageiro Trapalhão” (1960), dentre outros. A partir dos anos 1970, Lewis diminuiu o ritmo de trabalho por conta de problemas com depressão, vício em remédios (após uma lesão na coluna), o tabagismo (chegou a consumir cinco maços de cigarro por dia) e a decepção com a indústria do entretenimento. Curiosamente, o seu último trabalho na telona foi no filme brasileiro “Até que a Sorte nos Separe 2” (2013), onde contracenou com os atores brasileiros Marcius Melhem e Leandro Hassum. Na época, Lewis tinha 87 anos.