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Brasil O avanço das candidaturas de Ciro Gomes e Jair Bolsonaro à Presidência da República assusta o mercado: investidores estão preocupados com o fortalecimento do discurso intervencionista na economia, após a greve dos caminhoneiros

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De acordo com a Constituição, o voto é facultativo para os analfabetos, eleitores com 16 e 17 anos e 70 anos ou mais. (Foto: Agência Brasil)

A percepção de que o avanço das candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República tem preocupado investidores, que vêm nesses dois postulantes ao Palácio do Planalto extremos ideológicos. Setores do mercado temem o risco de desfecho eleitoral desfavorável à agenda de reformas e, consequentemente, ao desempenho da economia.

Essa avaliação vem sendo embalada pelo mau desempenho nas pesquisas de candidatos vistos como responsáveis sob o ponto-de-vista fiscal, como o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que segue patinando nas intenções de voto, e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), que demonstra “raquitismo” nas prévias eleitorais.

Analistas avaliam que Ciro e Bolsonaro se fortaleceram com a crise política provocada pela greve dos caminhoneiros e a fragilidade do governo Temer. A leitura, diante do apoio popular ao movimento grevista, é de que um candidato reformista tem menos chances de ser eleito.

“O comprometimento do candidato que o mercado quer, de prosseguir com a agenda de reformas, não é o mesmo do eleitor comum”, afirma Sérgio Lazzarini, professor do Insper (instituição de pesquisa e ensino superior reconhecida como referência em Administração, Economia, Direito e Engenharia).

O descompasso entre a aspiração dos investidores e as indicações recentes do eleitorado, que sinaliza aderência a discursos mais populistas, tem forçado o mercado a refazer suas contas, diz Paulo Leme, da consultoria Vinland Capital: “Há contraste cruel entre o que o mercado idealizou e a realidade crua da política brasileira.”

O revés nas expectativas transpareceu de forma mais clara nos últimos dias em sondagem da XP Investimentos, que, desde 2017, reúne impressões dos investidores sobre os presidenciáveis. Até abril deste ano, o levantamento mostrava que as fichas do mercado estavam na candidatura de Alckmin, a quem se atribuía boas chances de chegar ao Planalto.

Agora, a pesquisa (que ouviu mais de 200 investidores nos dias 4 e 5 deste mês) indicou uma aposta maior na hipótese de um segundo turno entre Bolsonaro e Ciro, com investidores creditando mais chances de vitória ao deputado fluminense sobre o ex-governador cearense e ex-ministro.

O problema, aos olhos do mercado, é que nenhum dos dois desfruta, por ora, da confiança que os investidores depositam em Alckmin, cuja eleição levaria à alta da Bolsa e à queda do dólar e dos juros para a maior parte dos investidores ouvidos pela XP.

Na comparação com Bolsonaro, Ciro assusta mais. Dos entrevistados, 94% apostam que, se ele vencer, haverá recuo no mercado de ações. Já 80% projetam desvalorização do câmbio, levando o dólar para mais de R$ 4. Isso porque, em tese, Ciro representaria maior ingerência na economia, uso de estatais e aumento de impostos em detrimento do corte de gastos.

Já a avaliação do “risco-Bolsonaro” vem melhorando a cada sondagem da XP Investimentos, mas o mercado ainda se mostra reticente. A maior parte (51%) não acredita na capacidade de a vitória de Bolsonaro impulsionar a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e 45% dizem que sua vitória levaria à alta do dólar.

Desconfiança

Os investidores demonstraram incerteza em relação ao comprometimento de Bolsonaro com a agenda liberal que vem sendo propagada por Paulo Guedes, que coordena o programa econômico de Bolsonaro. A maior parte dos investidores citou posicionamentos estatizantes e intervencionistas de Bolsonaro no passado como razão para a desconfiança.

Também é motivo de temor o fato de o deputado pertencer a um partido pequeno, o que levaria à dificuldade de articular a aprovação de medidas no Congresso Nacional.

Ainda correndo por fora, à espera de uma decisão do PT, Fernando Haddad desperta desconfiança tanto quanto Ciro Gomes. Se eleito, a Bolsa cairia do patamar atual, segundo 94% dos investidores ouvidos pela XP. Para 51%, cairia abaixo dos 65 mil pontos. O câmbio ficaria acima de R$ 4 para 70% dos consultados.

Para Silvia Matos, da FGV (Fundação Getulio Vargas), o cenário de pânico visto no mercado financeiro nos últimos dias é um sinal de alerta tanto para a sociedade quanto para os pré-candidatos. Fuga de capitais, alta no dólar e desvalorização de ações na Bolsa seriam uma antecipação do que poderia ocorrer num governo populista.

Conforme o cientista político do Insper, Carlos Melo, o maior risco, nesse caso, é de “desinstitucionalização”. “Um líder populista renega a lei e esvazia as instituições. Na economia, por exemplo, não haverá regras e normas claras”, afirma. “Não há como ter desenvolvimento nem bem-estar econômico.”

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