Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2017
O BC (Banco Central) discutiu fazer um corte de juros mais radical do que a queda de 1 ponto percentual no juro básico da economia anunciada na semana passada, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) diminuiu a chamada taxa Selic de 12,25% ao ano para 11,25% ao ano. O BC disse — por meio da ata da reunião — que os diretores ponderaram que ainda há riscos para a estabilidade econômica. O melhor seria ser mais contido, apesar do espaço para um afrouxamento maior.
“Os membros do Comitê ponderaram sobre o grau de antecipação do ciclo desejado. Por um lado, argumentaram que a evolução da conjuntura econômica já permitiria uma intensificação do ritmo de flexibilização monetária maior do que a decidida nessa reunião”, disseram os diretores, que complementaram: “Por outro lado, os membros do Copom também argumentaram que, dado o caráter prospectivo da condução da política monetária, a continuidade das incertezas e dos fatores de risco que ainda pairam sobre a economia tornaria mais adequada a manutenção do ritmo imprimido nessa reunião”.
Os membros do Copom dizem acreditar que, com expectativas de inflação ancoradas, projeções de inflação em torno da meta para 2018 e um pouco abaixo da meta para 2017, e elevado grau de ociosidade na economia, o cenário básico seria de uma antecipação do ciclo de distensão da política monetária. Ou seja, de uma aceleração ainda maior dos cortes.
No entanto, a ata mostra que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira. Ou seja, o BC quer avaliar o quanto as reformas estruturais e a retomada de confiança afetaram no patamar do chamado juro neutro (um juro ideal que seria incapaz de estimular a inflação ou de controlá-la). A autoridade monetária também estará atento à evolução da atividade econômica e às expectativas de inflação.