Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2018
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira (7) que a autoridade monetária poderá realizar atuações no câmbio além das máximas históricas para conter a valorização do dólar, que fechou em alta de 2,24%, cotado a R$ 3,925 (dólar comercial). No dia, chegou a subir mais de 3% e alcançou R$ 3,968.
Segundo Goldfajn, a autoridade monetária venderá, até o final da próxima semana, US$ 20 bilhões em contratos de swap com o objetivo de conter a disparada da moeda americana.
Goldfajn ainda afirmou que a política monetária, ou seja, as reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) que definem a taxa básica de juros, é separada da política cambial.
Questionado sobre a possibilidade de uma reunião extraordinária do Copom, como foi aventado pelo mercado, ele declarou que o comitê se reúne a cada 45 dias, e que são “essas as reuniões que valem”.
Nesta quinta, para tentar conter a disparada da moeda americana, o Banco Central vendeu integralmente a oferta adicional de até 40 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando US$ 2 bilhões.
Antes, já havia vendido todo o lote que vem ofertando de até 15 mil novos swaps (US$ 750 milhões). Vendeu integralmente também os 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho, somando US$ 2,2 bilhões do total de US$ 8,762 bilhões que vencem no próximo mês.
Entenda o que é “swap”
O swap (“troca”, em inglês) é uma operação para liquidação em data futura que promove a troca de taxas ou rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos.
Um swap tem sempre duas pontas, uma que aposta na variação dos juros (compradora) e outra que aposta na variação do dólar (vendedora).
Normalmente, o Banco Central assume a ponta compradora e os investidores assumem a ponta vendedora.
No fim do prazo do contrato, o BC recebe a variação de juros (taxa Selic) durante o período em que vigorou o contrato e paga ao investidor a variação do dólar ocorrida no mesmo período, além de uma taxa de remuneração com base anual (“cupom cambial”).
Ou seja, quem vende esse contrato fica protegido caso a cotação do dólar aumente, mas tem de pagar a taxa Selic para o comprador, no caso o BC.
O objetivo dessas operações é oferecer hedge cambial — proteção contra variações excessivas da moeda americana em relação ao real — e liquidez ao mercado de câmbio.
Temer diz que não há risco
O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira (7) em entrevista ao programa Nos Corredores do Poder, da TV Brasil, que o governo tem todas as condições para enfrentar a alta do dólar. “Não há risco de crise cambial no Brasil”, afirmou.
Segundo Temer, o País dispõe de uma reserva de US$ 380 bilhões e uma dívida muito inferior a este valor, além de manter sob controle o ajuste fiscal e continuar recebendo investimentos de empresas estrangeiras.
Temer destacou ainda que não é apenas o Brasil que está sentindo os efeitos da valorização do dólar e da subida dos juros nos Estados Unidos, mas vários países, destacando México, Argentina e Colômbia.