Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2018
O BNDES vai entrar no mercado de moedas virtuais e lançará nas próximas semanas o Trubudget, disse o diretor de planejamento do banco, Carlos Costa, na quinta-feira.
A criptomoeda deve ser implementada a partir de maio e vai valer apenas para operações realizadas pelo próprio banco de fomento. A ideia é que ela possa ser usada pelos tomadores de crédito do BNDES para pagar seus fornecedores.
A moeda do BNDES deve ser inaugurada com operações envolvendo o Fundo Amazônia, criado ainda no governo do PT para apoiar iniciativas sustentáveis e de preservação da Amazônia brasileira.
O fundo Amazônia é gerido pelo BNDES e tem países da Europa como principais patrocinadores. “Será uma operação totalmente garantida em 100 por cento e só para operações do banco (e não agentes financiadores) e inicialmente deve valer para algumas operações selecionadas do Fundo Amazônia”, disse Costa.
O diretor ressaltou que a entrada no banco no mercado de moedas virtuais dará mais transparência às operações do banco uma vez que os recursos emprestados poderão ser monitorados eletronicamente pelo BNDES.
“Queremos que o banco migre para o século 21”, disse o executivo.
A plataforma tecnológica para viabilizar a moeda digital foi desenvolvida em parceria com o banco alemão KfW.
Entenda
De acordo com o BNDES, com o objetivo de conhecer o panorama geral do mercado, buscar oportunidades de negócios e formar parcerias, o banco vem trocando experiências com empresas, centros de pesquisa e instituições financeiras que se dedicam desenvolvimento da tecnologia blockchain. Nesse contexto, a diretoria aprovou a celebração de memorando de entendimento com o KfW, o banco de desenvolvimento alemão, para promover a cooperação entre as duas instituições no aprimoramento do software TruBudget.
A ferramenta foi desenvolvida pelo KfW para aprimorar a transparência e a eficiência no uso de recursos públicos que financiam o desenvolvimento. Embora seja baseado em tecnologia similar à do bitcoin, o TruBudget não envolve o uso de uma moeda virtual: trata-se de uma ferramenta de fluxo de trabalho que utiliza uma blockchain privada, e não pública, como a do bitcoin.
Até maio, o BNDES fará um teste-piloto do aplicativo no Fundo Amazônia. O Fundo, que é gerido pelo BNDES, tem o banco alemão como um dos doadores e realiza operações financeiras não reembolsáveis, que são o foco do memorando.
Pelo acordo, o KfW fornecerá ao BNDES acesso ao repositório de software e gerenciará todas as outras plataformas e ferramentas relacionadas necessárias para colaborar e trabalhar na melhoria do TruBudget. O banco alemão também oferecerá suporte técnico à aplicação da ferramenta.
Durante os testes, o BNDES compartilhará regularmente entre os participantes informações sobre o uso do TruBudget. O Banco não o usará para fins comerciais nem reivindicará a propriedade intelectual para o software ou uma versão modificada dele. Durante a execução conjunta do projeto, o KfW pretende formalizar a licença do TruBudget na modalidade de código aberto.