Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2017
O futuro presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, afirmou que o presidente Michel Temer lhe pediu preocupação especial com o crédito para médias, pequenas e microempresas. Em meio à controvérsia que envolve financiamentos e aportes bilionários da instituição para o grupo JBS, dentre outros, o economista contrapôs o foco nas empresas de pequeno porte à distribuição de empréstimos a grandes grupos.
“Queremos mais fazedores anônimos do que grandes marqueteiros ostensivos. O Brasil anônimo precisa ser apoiado, não subsidiado”, afirmou Rabello, que ainda dirige o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e deve assumir o comando do Banco nos próximos dias. Ele se reuniu com Temer de manhã, em Brasília.
Joesley Batista, um dos controladores do JBS, gravou secretamente uma conversa com o presidente Michel Temer, desencadeando nova crise. A política de apoio a megagrupos, chamados “campeões nacionais”, marcou os governos petistas, encerrados no ano passado com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Rabello afirmou, ainda, que a queda nos desembolsos da instituição ocorre porque a procura por crédito diminuiu drasticamente nos últimos 12 ou 24 meses. “Em qualquer fase recessiva, as instituições financeiras têm atitude mais restritiva do crédito”, disse Rabello de Castro, em entrevista pouco antes da cerimônia de lançamento da Agência IBGE Notícias, no Rio. “Quando junta demanda rala com reforço a regras de prudência, o resultado final é menos crédito concedido”, disse o economista.
O economista destacou que o arrefecimento da inflação permitirá uma queda na taxa básica de juros, abrindo oportunidade para um novo ciclo na economia. “Isso não quer dizer que o BNDES deveria ter atuação contracíclica, ampliando linhas de crédito em momentos de contração na atividade”, frisou.