Quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de dezembro de 2020
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiará a exportação de aviões brasileiros produzidos pela Embraer para a companhia aérea norte-americana United Airlines e para a arrendadora de aeronaves AerCap Holdings N.V., maior empresa global no segmento, baseada na Holanda. Os dois empréstimos, no valor de R$ 3 bilhões, serão concedidos por meio da linha de crédito BNDES Exim Pós-Embarque.
Nesse tipo de operação, os recursos do BNDES são desembolsados no Brasil, em reais, para a empresa exportadora brasileira, a Embraer. Segundo o BNDES, o financiamento será pago ao banco em dólares pelas empresas estrangeiras compradoras dos bens, o que significa a entrada de divisas no país, a partir do apoio ao desenvolvimento industrial e à exportação de produtos nacionais de alto valor agregado.
A United importará aeronaves modelo E175, pertencente à primeira família E-jets. De acordo com o BNDES, o E175 é líder de vendas no seu segmento e tem capacidade para transportar até 88 passageiros. Atualmente, há mais de 600 Embraer E175 em operação no mundo, tendo sido um dos modelos menos impactados pela crise mundial causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“A AerCap comprará aviões E195-E2, maior e mais recente modelo da geração E2. A aeronave destaca-se por ser menos poluente, mais silenciosa e mais eficiente que a geração anterior: consome cerca de 25% menos combustível, com forte redução tanto na emissão de gases do efeito estufa como no impacto sonoro no meio ambiente. Esta é a primeira exportação desse modelo apoiada pelo BNDES”, informa nota do BNDES.
Lucro do BNDES
O BNDES informou recentemente que registrou lucro líquido de R$ 8,73 bilhões no terceiro trimestre de 2020. O desempenho foi fortemente influenciado pelo resultado obtido com participações societárias, entre elas: a alienação de ações de Vale, que contribuiu com um lucro líquido de R$ 4,0 bilhões; a equivalência patrimonial de empresas coligadas, com R$ 1,2 bilhão; e a receita com dividendos e JCP, de R$ 938 milhões. Além de lucro financeiro, o BNDES afirmou que procurou no período oferecer retorno social positivo para o país, por exemplo, com as medidas emergenciais para proteção de empregos e vidas ante a crise decorrente da pandemia da Covid-19. Por essas medidas, que somaram R$ 136,6 bilhões, já foram apoiadas 267 mil empresas, que empregam 8,8 milhões de pessoas.
No acumulado de janeiro a setembro, o BNDES registrou lucro líquido de R$ 13,7 bilhões. Esse desempenho foi impactado pela oferta pública de ações da Petrobras, realizada em fevereiro, que contribuiu com um lucro líquido de R$ 4,1 bilhões, e atenuado pela constituição de provisão para risco de crédito de R$ 1,8 bilhão (R$ 1,0 bilhão líquido de tributos). O resultado do mesmo período de 2019 (R$ 16,5 bilhões) tinha sido influenciado positivamente pela operação de incorporação de Fibria pela Suzano (R$ 5,7 bilhões líquido de tributos), além de alienação de ações de Petrobras, Vale e Rede.
Houve reversão bruta de R$ 469 milhões em provisões no terceiro trimestre, decorrente da evolução positiva de créditos provisionados. Nos nove primeiros meses do ano a despesa com provisão para risco de crédito foi de R$ 1,8 bilhão, impactada pela revisão de ratings de empresas dos setores mais afetados pela pandemia do Covid-19. O produto de intermediação financeira atingiu R$ 3,9 bilhões no terceiro trimestre de 2020, o que representa um aumento de 31% em comparação com o segundo trimestre. As informações são da Agência Brasil e do BNDES.