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Brasil O Brasil está entre os países que mais perdem com as mudanças climáticas. O prejuízo anual devido a eventos como as tempestades, as inundações e a seca chega a quase 6 bilhões e meio de reais

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Cidade de Casca, em Minas, atingida pela chuva. Segundo especialista a seca atinge a macroeconomia, e o que causa mais mortes é o excesso de chuvas, com deslizes de terra e inundações. (Foto: Marcos Michelin/Fotos Públicas)

O Brasil está entre os 18 países com mais perdas econômicas decorrentes de desastres climáticos. O ranking foi apresentado na terça-feira (4) na COP-24 do Clima pela organização alemã Germanwatch, que reúne dados climáticos e socioeconômicos de 181 países. Embora no ranking geral figure longe do topo dos mais vulneráveis ao clima, aparecendo na 79ª posição em 2017 e na 90ª posição na média de 1998 para cá, o Brasil alcança a 18ª posição no ranking dos que mais perdem economicamente.

As perdas anuais passam de US$ 1,7 bilhão (R$ 6,4 bilhões) ao ano devido a eventos extremos como tempestades e inundações, na média dos últimos vinte anos. O ranking contabiliza os prejuízos diretamente causados por desastres climáticos — tempestades, inundações, ciclones, furacões, ondas de calor — incluindo mortes e perdas econômicas, respectivamente comparados com o tamanho da população e o PIB (Produto Interno Bruto) de cada país.

Com isso, o cálculo considera não só a exposição geográfica a fenômenos extremos, mas também a capacidade de resposta a eles. “As mudanças climáticas se manifestam localmente de formas muito diferentes e o preparo de cada país para antecipar a ocorrência dos fenômenos e responder a eles faz a diferença no ranking”, conta o principal autor do estudo, David Eckstein.

“Não é do interesse do próprio país negar que as mudanças climáticas estão acontecendo. Se ignorar os fatos, Brasil pode ficar mais vulnerável”, afirma Eckstein. “Embora os países mais pobres sofram mais por não terem condições de se preparar para os fenômenos e para se recuperar deles, países que ignoram as mudanças climáticas também podem ter altos prejuízos, como os Estados Unidos tiveram”.

Apenas os furacões que atingiram a costa leste do país em 2017 causaram um prejuízo recorde de U$S 200 bilhões (R$ 760 bilhões).

A situação pode ser mais grave para o Brasil do que o ranking sugere, segundo Eckstein. Ele diz que os países africanos e o Brasil estão sub-representados, pois o ranking só calcula perdas diretas e não inclui fenômenos como a seca, que implica prejuízos indiretos, como no abastecimento de água e na agricultura.

Para o climatologista do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e um dos colaboradores do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), Carlos Nobre, os extremos climáticos se acentuaram muito no Brasil nos últimos doze anos.

Ele contabiliza três secas que bateram recordes históricos na Amazônia nos anos de 2005, 2010 e 2015. A região também sofreu com inundações mais intensas em 2009 e 2012. Já o Nordeste, ainda segundo Nobre, viveu o pior ciclo de chuvas da História entre 2012 e 2017, desde que as medições se iniciaram, no final do século 19.

O Sudeste também viveu a pior seca do registro histórico em 2014. No mesmo período, Brasília também viveu sua seca mais grave, em 2016.

“A seca afeta a macroeconomia: o agronegócio, a segurança alimentar, o abastecimento hídrico e geração de energia elétrica”, lista Nobre. “Mas o que causa mais mortes é o excesso de chuvas, com deslizes de terra e inundações”. Esses desastres causam cerca de 145 mortes por ano no Brasil, segundo o ranking.

 

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