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Brasil O Brasil tem apenas 197 mulheres entre quase 14 mil pilotos de avião

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A comandante Fernanda (à esq.) e a copiloto Paula integram o grupo de mulheres que atua nos voos da Gol, em viagens nacionais e internacionais. (Crédito: Reprodução)

Filha de piloto, Fernanda Prieto costumava acompanhar o pai em diversos voos quando criança. Em meio às obrigações de sua carreira na extinta Varig, voar com a filha a tiracolo foi a maneira que ele encontrou para passar mais tempo com a menina.

Seguir os caminhos do pai, então, foi praticamente inevitável. Tão logo fez 18 anos, ela tirou o brevê e com 20 já estava empregada na Varig.

“No começo, meu pai até tentou me desestimular, porque achava uma profissão sacrificante. Mas a paixão era maior”, diz ela, que hoje, aos 35 anos, divide seu tempo entre a cabine de um boing e os cuidados com os dois filhos, Maria Luiza, 12, e Theo, 7.

Com uma carreira bem-sucedida, Fernanda é comandante na Gol e tem cerca de 10 mil horas de voo, entre viagens nacionais e internacionais. Sua renda mensal chega a 17 mil reais, conforme as horas trabalhadas. Ela afirma não ter sofrido resistências em função do seu gênero, mas a verdade é que ela escolheu uma profissão em que as representantes do sexo feminino são minoria absoluta.

Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o Brasil tem hoje 13.928 pilotos de avião, sendo apenas 197 mulheres (1,4%). Atuando como piloto de linha aérea, elas são 27 de um total de 5.119 profissionais. Como piloto comercial, 99 de 5.720.

Aos poucos, porém, elas cruzam o céu com frequência cada vez maior. Para se ter uma ideia, foi só em 2006 que se formou a primeira turma de oficiais aviadoras da Força Aérea Brasileira. Atualmente, são 40 em atividade e outras 21 em fase de formação. E, nas escolas de aviação, a presença delas cresce a cada ano.

Não é, porém, um caminho livre de turbulências. Como o ineditismo ainda não ficou para trás, vez ou outra o preconceito ainda vem à tona, inclusive por parte de alguns passageiros.

Sacrifício pessoal.

O sexismo marcou presença em toda a carreira da comandante Bethânia Porto, da Azul. No começo, pela própria falta de informação, a mãe sugeriu que se tornasse comissária, em vez de piloto. Mas ela bateu o pé, ganhou o apoio de toda a família, e se matriculou para tirar o brevê. A própria configuração da turma era mais um sinal das dificuldades: havia apenas mais uma mulher, que acabou desistindo no meio do curso. Ainda assim, Bethânia obteve sua primeira habilitação com apenas 18 anos.

Bethânia está com 39 anos, soma 13 mil horas de voo e pilota jatos Embraer E190 ou E195, para até 118 passageiros. Seu salário de comandante chega a 21 mil reais nos meses com mais volume de trabalho. Mas isso às custas de uma rotina nada usual. Em determinadas épocas do ano, chega a ficar seis dias fora de casa. E é aí que está, na opinião dela, a maior dificuldade da profissão. Os encontros com o namorado, muitas vezes, ficam restritos aos finais de semana.

“É uma profissão mais independente, na qual é preciso sacrificar a vida pessoal. Mesmo assim, nunca me arrependi. A pessoa que quiser estar comigo tem que respeitar minha carreira.”

Procura crescente.

Segundo o diretor de operações da Gol, Carlos Junqueira, apesar de não existir política institucionalizada para o aumento da presença feminina, a própria busca liderada por elas motiva mudanças na configuração do quadro de funcionários.

“Todo os tipos de desafios encontrados pelos homens são, igualmente, vencidos pelas mulheres. Posso garantir que o desempenho das mulheres é tão bom quanto o dos homens e não fazemos nenhuma distinção entre eles”, afirma.

Sem contabilizar grandes transtornos por ser mulher, a copiloto da Gol Paula Petean, 34, reconhece que a abertura do mercado para o sexo feminino é bem recente. “Elas estão se engajando mais. Sendo competentes, conseguem chegar à cabine. O problema é que muitas ainda não sabem o caminho. Mas isso está mudando. Vejo que nos cursos já existe uma relação de até cinco mulheres para cada 20 homens. Era bem menos antes”, observa. (AG)

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https://www.osul.com.br/o-brasil-tem-apenas-197-mulheres-entre-quase-14-mil-pilotos-de-aviao/ O Brasil tem apenas 197 mulheres entre quase 14 mil pilotos de avião 2016-04-13
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