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Por Redação O Sul | 22 de fevereiro de 2018
O Brasil subiu uma posição, passando o Canadá, e agora ocupa o oitavo lugar no ranking mundial que afere a capacidade instalada de produção de energia eólica, segundo o Global Wind Statistic 2017, documento anual com dados mundiais de energia eólica produzido pelo GWEC (Global Wind Energy Council).
No ano passado, o País conseguiu adicionar 52,57 GW (gigawatts) de potência eólica à produção mundial, totalizando 539,58 GW de capacidade instalada, informou a Abeeolica (Associação Brasileira de Energia Eólica), que reúne empresas do setor.
Em 2016, o Brasil ultrapassou a Itália na lista mundial e passou ocupar a 9ª posição. Atualmente, são 12,76 GW de capacidade de energia instalada em território nacional, contra os 12,39 GW do Canadá. A China ocupa a primeira posição, com 188,23 GW, seguida pelos Estados Unidos (89,07 GW) e Alemanha (56,132 GW). A India, Espanha, o Reino Unido e a França completam o ranking dos sete primeiros.
Os números apontam para um crescimento da matriz de energia eólica no País. O segmento já é responsável por 8,3% da energia produzida no Brasil, percentual ainda distante dos 60,9% produzido pelas hidrelétricas, mas já próximo dos 9,3% da produção das usinas de biomassa, que ocupam o segundo posto no ranking nacional.
A energia produzida pelas usinas eólicas chegou a ser responsável por 64% da energia consumida na Região Nordeste, no dia 14 de setembro do ano passado. A Abeeolica estima que o Brasil – cuja capacidade instalada é 12 GW – tenha um potencial eólico superior a 500 GW.
Distribuição regional
A Região Nordeste aparece na frente na capacidade de produção de energia a partir dos ventos. Com 135 parques, o Rio Grande do Norte é o Estado que mais produziu energia usando ao força dos ventos. São 3.678 MW de capacidade instalada. Em seguida, com 93 parques e 2.410 MW de capacidade instalada, vem a Bahia.
Em terceiro lugar vem o Ceará, que conta com 74 parques e tem 1.935 MW. Em quarto aparece o Rio Grande do Sul. O Estado tem 80 parques e 1.831 MW de capacidade instalada. Em seguida vem o Piauí (52 parques e 1.443 MW), e Pernambuco (34 parques e 781 MW).
A expectativa é de que nos próximos seis anos devem ser adicionados mais 1,45 GW de capacidade eólica no país, decorrentes dos leilões de energia realizados em dezembro do ano passado. A Abeeolica estima que 18 milhões de residências sejam abastecidas com a energia eólica.
De acordo com a associação, os dados no ranking de nova capacidade instalada no ano, o Brasil está em sexto lugar, tendo instalado 2,02 GW de nova capacidade em 2016. O País caiu uma posição, já que o Reino Unido subiu do nono para o quarto lugar, instalando 4,27 GW de capacidade de energia eólica em 2017.
A presidente da Abeeolica, Élbia Gannoum, alerta que o País pode cair de posição nos próximos anos, porque haverá menos projetos sendo concluídos nos dois próximos anos: “Nesse ranking, o que conta é o resultado específico do ano, então há bastante variação. A tendência é que a gente ainda oscile mais, visto que em 2019 e 2020 nossas instalações previstas são menores porque ficamos sem leilão por quase dois anos no período 2016-2017″.