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Brasil O Brasil ultrapassou o Reino Unido e se tornou o segundo país do mundo com mais mortes causadas pelo coronavírus

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Levantamento em base de dados usada pelo Ministério da Saúde indica que 28 mil pacientes morreram neste ano sem conseguir tratamento intensivo. (Foto: Prefeitura de Manaus)

O Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes por coronavírus. A triste posição no ranking foi obtida nesta sexta-feira (12), quando o País alcançou o total de 41.828 óbitos e 828.810 pessoas infectadas, segundo o Ministério da Saúde, ultrapassando, assim, o Reino Unido, que tem 41.566 óbitos.

Ainda segundo a pasta, o Brasil registrou, em 24 horas, 909 novos óbitos e mais 25.982 pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos continuam no topo do ranking com 114.195 mortes.

Dados atualizados até as 20h desta sexta pelo consórcio dos veículos de comunicação Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, mostram que, nas últimas 24 horas, foram registrados 843 novos óbitos e 24.255 casos de contaminação pela Covid-19 no Brasil.

Com 10.368 mortes, São Paulo continua sendo o Estado mais afetado pelo vírus. A elevação do número de óbitos acontece em um momento de flexibilização da quarentena e retomada das atividades econômicas. Na quinta-feira (11), por exemplo, os shoppings centers foram autorizados a iniciar a retomada em horário reduzido e com o cumprimento de inúmeras medidas preventivas. O Rio de Janeiro é o segundo Estado com mais vítimas (7.417). Em terceiro vem o Ceará (4.812). O Estado com menos mortes é o Mato Grosso do Sul, com 28 óbitos registrados até agora.

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os jornalistas dos seis meios de comunicação, que uniram forças para coletar junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgar os números totais de mortos e contaminados. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, o que ocorreu a partir da semana passada.

Mesmo com o recuo do Ministério da Saúde, que voltou a divulgar o consolidado de casos e mortes, o consórcio dos veículos de imprensa continua com o objetivo de informar os brasileiros sobre a evolução da Covid-19 no País, cumprindo o papel de dar transparência aos dados públicos.

Estratégias equivocadas

Especialistas apontam que o altíssimo número de mortes nos dois países, Brasil e Reino Unido, os dois únicos com mais de 40 mil mortes além dos Estados Unidos, indica estratégias equivocadas no enfrentamento da pandemia. O microbiólogo e virologista Rômulo Neris, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que o Reino Unido mudou de estratégia com o aumento do número de casos. “Eles abriram mão dos planos de contenção no início da pandemia. Isso custou milhares de vidas. O país mudou a perspectiva com o agravamento da pandemia e adotou o lockdown”, diz o especialista.

“O Brasil adotou postura negacionista. As medidas de controle não foram estabelecidas e o isolamento social não teve o suporte das autoridades. É o único País que discute a reabertura e flexibilização ainda durante o aumento de crescimento de casos”, diz o especialista que atuou como pesquisador visitante da Universidade da Califórnia até março, mas decidiu voltar ao País para ajudar no enfrentamento da pandemia.

Passaram-se 53 dias desde a primeira morte até o País atingir 10 mil óbitos (entre 17 de março e 9 de maio). Pouco mais de mês depois, o Brasil ultrapassa os 40 mil mortos em decorrência da Covid-19.

O virologista Flávio Guimarães da Fonseca, que atua no Centro de Tecnologia de Vacinas e no Departamento de Microbiologia da UFMG, destaca que os dois países estão em momentos diferentes da pandemia. “Desde o crescimento do número de fatalidades no Reino Unido, eles adotaram medidas importantes que promoveram a queda da transmissão comunitária. Ela está em franca diminuição ou na curva descendente. No Brasil, ainda não alcançamos o pico. A curva continua crescente. Há aumento diário no número de casos e não há sinal de decréscimo”, prevê o especialista que tem realizado estudos para melhorar o diagnóstico da infecção pelo coronavírus.

Fonseca aponta uma diferença significativa entre os dois países: a taxa de mortalidade por Covid-19 é maior na Inglaterra. Entre as razões estão as diferenças demográficas, pois a população de idosos no Reino Unido é maior que no Brasil.

Lessandra Michelin, infectologista e diretora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), acrescenta outro fator que mostra erro de estratégia dos ingleses. “No início, os ingleses permitiram a circulação de jovens, mas promoveram o isolamento de grupos de riscos e idosos. Esses jovens voltaram para casa e acabaram contaminando o restante da família. Quando perceberam, boa parte do grupo de risco já estava contaminado. Apesar de isolado, ele foi exposto”, diz a especialista.

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