Sábado, 11 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 9 de março de 2018
No momento em que os Estados Unidos fecham as portas ao aço brasileiro, o Canadá firmou acordo para iniciar as tratativas de abertura comercial com o Mercosul. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da agência de notícias Reuters.
Os chanceleres do Mercosul e do Canadá se reuniram nesta sexta-feira (9) em Assunção, no Paraguai, e assinaram uma declaração conjunta se comprometendo em lançar as negociações para um acordo amplo de livre comércio.
A primeira rodada de negociações foi marcada para ocorrer ainda neste mês, entre os dias 20 e 23 de março, em Ottawa, no Canadá.
Além do acesso a mercados para bens e serviços, Mercosul e Canadá tratarão de questões relacionadas ao fluxo de trabalhadores e meio ambiente, entre outros.
O ministro interino da Indústria e Comércio brasileiro, Marcos Jorge de Lima, que participou da reunião em Assunção, afirmou que o acordo com o Canadá, logo após a decisão americana de vetar o aço importado, é “emblemático”.
“É uma mensagem clara que queremos promover o desenvolvimento através da abertura comercial”, disse.
Em mensagem gravada enviada de Assunção, Marcos Jorge afirmou que o governo brasileiro está se mobilizando para recorrer da decisão do presidente norte-americano Donald Trump.
“Foi aberta a possibilidade de recurso e vamos recorrer. Disse isso pessoalmente ao secretário [de comércio dos EUA] Wilbur Ross, e se necessário for vamos a todas as instâncias, inclusive as multinacionais, como a OMC [Organização Mundial do Comércio]”.
Mensagem política
O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, foi o anfitrião do encontro que incluiu os ministros das Relações Exteriores de Argentina, Brasil e Uruguai e o ministro do Comércio do Canadá.
“Este lançamento está transmitindo uma mensagem política muito importante para a comunidade internacional, já que hoje estamos vendo o início do que pode ser um retrocesso no livre comércio e um protecionismo que acreditávamos superado”, disse Loizaga.
“Estamos enviando uma mensagem ao mundo”, concordou o ministro canadense François-Philippe Champagne, que destacou as possibilidades de intercâmbio com o quarto maior bloco comercial do mundo, que tem uma população combinada de 260 milhões de habitantes.
O chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, explicou que o pacto tem um caráter “progressista” porque não aborda unicamente questões tarifárias ou de impostos, mas estabelece regras vinculadas ao gênero, às pequenas empresas e ao meio ambiente.
“Calculo que até o final deste ano, com toda certeza, poderia acontecer”, declarou em relação à conclusão do acordo.