Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2018
Em sabatina promovida por UOL, SBT e Folha de S.Paulo, o presidenciável Fernando Haddad (PT) defendeu regras mais duras contra delatores que relatem mentiras em seus depoimentos. Segundo ele, muitos corruptores se valem de delações mentirosas para diminuir suas penas e acusar inocentes.
A mudança, disse, seria feita em parceria com o MP (Ministério Público), para aprimorar as investigações. Fernando Haddad foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo no início do mês sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Segundo o promotor Marcelo Mendroni, ele recebeu R$ 2,6 milhões em propina da empreiteira UTC para pagamento de dívidas da campanha de 2012. A denúncia tem como base as delações de Ricardo Pessoa e Walmir Pinheiro, da UTC, e do doleiro Alberto Youssef, além de investigação da PF (Polícia Federal) sobre suspeitas de lavagem de dinheiro e caixa dois na primeira campanha de Haddad à prefeitura.
Haddad também defendeu a necessidade de aprovar um projeto de regulação da mídia no Brasil, com o intuito de impedir a concentração excessiva no setor. Perguntado se concederia indulto a Lula caso ganhe a eleição, Haddad reforçou o que tem dito a jornalistas; o presidente Lula refuta tal ideia. Segundo o candidato, Lula espera ser absolvido pela justiça no curso de um processo legal.
“Eu acredito que o Lula será absolvido. A própria ONU (Organização das Nações Unidas) deve julgar o caso do ex-presidente no ano que vem.” Ele defendeu o legado do ex-presidente e disse que Lula ele terá um papel de destaque caso seja eleito.
“Ele é um grande conselheiro e terá um papel de destaque”, afirmou. Haddad defendeu mudanças de forma de composição do STF. Para o petista, é necessário um debate maior com a sociedade civil e associações de classe para a seleção dos ministros.
Haddad também argumentou que seria benéfico estabelecer um mandato para os ministros, algo em torno de 12 a 15 anos.O candidato disse ainda não descartar um eventual apoio do PSDB num segundo turno, caso o candidato enfrente Jair Bolsonaro (PSL). “Existe aquele apoio para evitar um mal maior”, afirmou. Segundo ele, conversar com todos os setores é de sua personalidade.
Ao ser questionado sobre a declaração do presidenciável Ciro Gomes (PDT) que disse que, caso eleito, Haddad, vai governar o Brasil por procuração, o petista disse que foi ele quem buscou uma aliança com Ciro para a disputa em primeiro turno, o chamando de amigo e dizendo que o estima muito. “Não foi possível no primeiro turno, será possível no segundo e ainda mais num eventual governo. Você está falando com um candidato que vai ajudar a construir um amplo campo de apoio por um projeto comum”, afirmou.
Haddad disse que não iria rebater a declaração de Ciro.”Não é bacana em função da disputa no primeiro turno ficar rebaixando os demais. Se você quer saber, vou enaltecer as pessoas de centro-esquerda porque quero estar com elas num segundo turno e no governo. Você não vai ouvir nada de desabonador de mim de pessoas que acho que comporão o governo e vão salvar o Brasil dessa crise”, disse.