Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2018
O candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, anunciou ter decidido fazer uma alteração na proposta de retirar o nome de brasileiros da lista de devedores do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
Segundo ele, caso seja eleito só serão avaliadas as dívidas contraídas até o dia 20 de julho deste ano, quando ele abordou pela primeira vez a intenção de renegociar os débitos dos cidadãos inadimplentes – descontando, por exemplo, multas e correção.
Ainda de acordo com o candidato, a alteração deveu-se a uma crítica recebida por ele de que pessoas poderiam fazer novas dívidas propositalmente com a expectativa de uma renegociação.
“Essa crítica me chamou a atenção de que não deve valer para a frente para não estimular ninguém a fazer crédito e depois não pagar de propósito”, admitiu.
Em entrevista na última segunda-feira, Ciro ouviu de um repórter que, se não detalhasse a proposta e a deixasse aberta demais, poderia “sinalizar errado” para a sociedade, durante a campanha, “de que é só sair gastando que vai ser perdoado depois”.
Plágio
O candidato do PDT acusou candidatos adversários de copiarem as suas propostas e rebateu a análise feita por especialistas e economistas de que a iniciativa é vaga:
“Você acha mesmo que eu faria uma proposta que não tenha sido detalhadamente estudada? O problema é que meus adversários estão imitando tudo e eu quero que as pessoas discutam as propostas. A crítica para mim não é ruim, é muito bem-vinda!”.
Na terça-feira, o presidenciável participou de um seminário com os presidenciáveis promovido pela Unecs (União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços) em Brasília.
“Tudo o que eu falo agora os meus adversários estão plagiando”, reclamou. “Isso é uma coisa boa, porque as boas ideias devem ser de todos, mas é muito chato na medida que você ainda não ganhou a eleição. O PT chegou a copiar frase e nome. Já não chega ter tido 13 anos para fazer e não ter feito.”
Além da questão do SPC, ele afirmou que o candidato do PSDB, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, copiou dele a promessa de zerar o déficit público nos dois primeiros anos de mandato.
“Roubalheira”
Na mesma apresentação, Ciro Gomes defendeu a necessidade de maior combate à corrupção e classificou o chamado “presidencialismo de coalizão” como um regime de “roubalheira” que torna o presidente da República um “testa-de-ferro”.
Já sobre o combate à violência, ele defendeu a federalização de crimes relacionados ao narcotráfico e a facções criminosas, da origem da investigação até a segregação penitenciária:
“Todo o comando do PCC [Primeiro Comando da Capital] está nos presídios de São Paulo, porque fizeram um acordo para isso. Eu assumindo o governo, vai todo mundo para penitenciária federal, em cela solitária e incomunicável”.