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Brasil O cenário eleitoral brasileiro sugere um possível segundo turno entre a esquerda e a direita na disputa pela Presidência da República

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Atenções ainda se dividem entre Alckmin, Bolsonaro e PT. (Foto: EBC)

Embora as pesquisas de intenção de voto ainda não registrem, a eleição presidencial parece estar concentrada em três candidatos principais: o nome a ser definido pelo PT (mas já com a força eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ser declarado inelegível), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).

Esse cenário aponta para a possibilidade de segundo turno entre esquerda e direita e uma guerra entre Bolsonaro e Alckmin para ver quem chega lá contra o PT. O líder petista, mesmo preso, parece imbatível no Nordeste e deve colher votos no restante do País. Já dá pelo menos 20%, suficientes para jogar a sigla no segundo turno, em uma eleição com tantos candidatos.

“Caso seja Fernando Haddad, agregue-se a boa vontade de não-petistas da classe média escolarizada com um professor com jeitão confiável”, projeta a jornalista Eliane Cantanhêde. “Partindo-se da premissa de que o PT estará no segundo, resta a outra vaga. Ciro Gomes foi uma boa promessa, mas derrota a si próprio pelo destempero e incapacidade de fazer política e atrair apoios. E Marina Silva, pela terceira vez, tende a inflar no início mas murchar no final.”

O ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) tem uma campanha “azeitada”, mas a falta de carisma não ajuda e o partido do presidente Michel Temer “cumpre tabela”. Já o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) entrou no vácuo do PSDB na Região Sul, sem ampliar fronteiras. O empresário João Amoedo (Novo-RJ), por sua vez, continua um desconhecido após meses de campanha.

E a deputada Manuela Dávila (PCdoB-RS) e Guilherme Boulos (Psol-RJ) estão naquela do “tudo que o seu mestre mandar”. Assim, sobram Bolsonaro, líder nas pesquisas sem a participação de Lula, e Alckmin, campeão na batalha por alianças.

“Bolsonaro consolidou-se entre os mais jovens, os homens, os ricos e os mais escolarizados (fenômeno, aliás, bastante curioso)”, avalia Eliane. “Conforme o instituto Ideia Big Data, porém, ele não conquistou as mulheres, nada satisfeitas ao ouvir o candidato defender, por exemplo, que elas têm filhos e, por isso, devem ganhar menos que os homens. Seu eleitorado masculino é três vezes maior que o feminino, que prefere o discurso ético e educativo de Marina.”

Alckmin, vários pontos atrás de Bolsonaro, tem potencial nesse eleitorado feminino, sempre mais desconfiado, e precisará converter o apoio do establishment em votos do eleitor e da eleitora com curso médio ou superior. “Mas todo o cuidado é pouco para transformar a aliança com o ‘Centrão’ em um ativo, não um passivo”, prossegue Eliane.

Contraste

A jornalista prossegue dizendo que o ponto forte do tucano, particularmente no contraste com Bolsonaro, foi destacado pelo empresário Josué Gomes da Silva, ao recusar a vice, mas anunciar apoio: “Uma prova da competência de Alckmin é a maneira firme, serena e eficaz com a qual tem conduzido o governo paulista em meio à gravíssima crise que enfrentamos”. Ou seja: se o Brasil e os Estados estão em petição de miséria, São Paulo ainda resiste.

“Em linguagem clara, Bolsonaro precisa atacar a alianças PSDB-‘Centrão’, e Alckmin tem de convencer a Dona Maria e a Mariazinha sobre a importância de ter dez partidos, tempo de TV e força política”, finaliza Eliane. “Presidentes sem sólida liderança no Congresso Nacional não têm governabilidade, não aprovam projetos fundamentais e ficam sujeitos até a ameaças de impeachment.”

O candidato tucano terá, ainda, que furar a resistência do jovem eleitor e a irritação do eleitor escolarizado, encantados com o discurso antipolítica de Bolsonaro, ex-capitão do Exército. Alckmin terá uma arma poderosa: 40 vezes mais tempo de TV. Mas Bolsonaro tem o mais moderno arsenal de campanhas: as redes sociais.

Assim, as duas grandes apostas que se cruzam são: a candidatura de Bolsonaro está consolidada ou vai esfarelar por falta de tempo na TV e de consistência nos debates? E Alckmin, que entrou definitivamente no jogo ao fechar o apoio de dez partidos, vai deslanchar ou continuar patinando pelo nariz torcido do eleitorado aos “políticos e partidos tradicionais”?

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