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Brasil O coronavírus já gerou prejuízo de mais de 480 milhões de reais no mercado musical do Brasil

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Eventos culturais movimenta o setor, que agora está parado devido ao vírus. (Foto: Divulgação)

O adiamento e cancelamento de shows por causa da pandemia de coronavírus já gerou prejuízo de mais de R$ 480 milhões no mercado musical do Brasil, segundo levantamento da Data Sim, núcleo de pesquisa da Semana Internacional de Música de São Paulo (SIM São Paulo).

O levantamento feito entre 536 empresas do setor indica adiamento ou cancelamento de 8.141 eventos musicais, que tinham juntos uma projeção de público de 8 milhões de pessoas. A pesquisa identificou o baixo índice de participação em associação de classes (77% dos profissionais não participam de entidades coletivas).

“Esses números ajudam a pensar em ações concretas para o setor, composto por muitos interesses, a maioria sem representação ou associação de classe. É hora de pensarmos coletivamente”, diz em comunicado, Dani Ribas, diretora de pesquisa do Data SIM. “Vai ser preciso recomeçar, reinventar a música ao vivo”, afirma Pena Schmidt consultor especial do projeto.

Impacto na cultura

Para a economia criativa se recuperar do impacto do novo coronavírus, não bastam linhas de crédito subsidiados. É preciso investir dinheiro público num plano do governo específico para o setor. É o que propõe João Luiz de Figueiredo, coordenador do mestrado profissional em gestão de economia criativa da Escola Superior de Propaganda e Marketing, a ESPM.

Figueiredo estima que o prejuízo na área, que responde por 2,64% do PIB brasileiro, pode ultrapassar os R$ 100 bilhões. Agora, porém, a maior preocupação deve ser impedir a falência das empresas do ramo. Elas ocupavam 5,2 milhões de pessoas em 2018, segundo o IBGE.

Boa parte dos profissionais do campo trabalha por projeto, e não têm vínculos formais de trabalho. De todos eles –a economia criativa, afinal, engloba áreas tão diversas quanto moda, tecnologia e mídias–, os mais prejudicados serão aqueles que trabalham diretamente com a cultura, em especial em atividades que dependem de aglomerações, como teatro e shows, diz Figueiredo. Isso porque o fluxo de caixa delas é mantido por meio das bilheterias, que estão paradas desde que as apresentações foram interrompidas.

Segundo um estudo da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos, a Abrape, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta (2), 51,9% dos eventos programados para este ano no Brasil foram cancelados, adiados ou estão em situação incerta. A entidade calcula que as perdas somem R$ 90 bilhões quando a conta inclui o impacto indireto dos eventos.

Para Silvia Finguerut, coordenadora de projetos da Fundação Getulio Vargas, a FGV, a crise causada pelo coronavírus pode significar ainda o êxodo em massa de trabalhadores da área. Ela os descreve como indivíduos melhor remunerados do que a média nacional, para quem os R$ 600 propostos pelo governo para amenizar o impacto da pandemia sobre os informais não serão suficientes.

“O montador de palco vai voltar a erguer andaimes na construção civil, o produtor de eventos buscará outros rumos. E vamos perder essa parte do mercado que, a muito custo, conseguimos formar e amadurecer”, diz ela.

“É um setor muito frágil”, afirma Figueiredo. “Se a quebradeira não for evitada, não haverá base produtiva capaz de responder à volta da demanda.”

Os dois especialistas avaliam que as linhas de crédito subsidiadas, lançadas pelos governos estaduais de São Paulo e do Rio de Janeiro nas últimas semanas, minimizam o problema, mas não o solucionam.

As de microcrédito, como aquelas de juros de 0,25% ao mês para limites de até R$ 21 mil oferecidas pelo estado fluminense, e de juros de 0,35% ao mês para valores até R$ 20 mil disponibilizadas pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, “são quase uma caridade”, diz Finguerut. “Elas serviriam para reativar o negócio, mas, com todo mundo em casa, sem público, não há como fazer isso.”

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