Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de abril de 2020
Um estudo produzido por pesquisadores da Universidade do Sul da Flórida e do Instituto de Mulheres para Pesquisa Social Independente (WiiSE), dos Estados Unidos, sugere que o número de crianças infectadas pelo novo coronavírus Sars-CoV-2 seja muito maior do que o registrado atualmente.
Publicada no Journal of Public Health Management and Practice, a pesquisa estima que para cada criança que precisa de cuidados intensivos no tratamento da Covid-19, outras 2.381 podem estar infectadas. Este cálculo segue um relatório do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, referente a um estudo clínico com mais de 2.100 crianças chinesas que apresentaram Covid-19.
De acordo com dados de unidades de cuidado intensivo pediátricas dos EUA, 74 crianças foram internadas no país entre 18 de março e 6 de abril. Isso significa que, durante esse período, calcula-se que mais de 176 mil crianças possam ter sido infectadas.
Outra estimativa levantada pelo estudo é que, se 25% da população norte-americana adoecer por Covid-19 até o fim de 2020, 50 mil crianças com doenças graves poderão precisar ser hospitalizadas, sendo que a ventilação mecânica poderá ser necessária em cerca de 5,4 mil casos. Estima-se, no entanto, que haja apenas 5,1 mil leitos em UTIs pediátricas nos EUA.
Os pesquisadores apontam que o risco de infecção é maior entre crianças de famílias de baixa renda, cujos pais precisam sair para trabalhar e, portanto, não podem ficar em casa em distanciamento social; além daquelas que vivem em alojamentos urbanos, com pequenas áreas de recreação compartilhadas com várias outras famílias.
“Funcionários do governo e formuladores de políticas [públicas] devem levar em consideração a probabilidade de desafios de capacidade [dos hospitais], o que ressalta a importância de estratégias eficazes de mitigação, como lavagem frequente e completa das mãos e medidas persistentes de distanciamento social”, completa Salemi.