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Brasil O delegado da Polícia Federal que pediu a transferência de Lula em Curitiba é admirador do presidenciável Jair Bolsonaro

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Mikalovski tirou "selfie" com o polêmico parlamentar durante um ato público. (Foto: Reprodução/Facebook)

O presidente do Sindicato dos Delegados da PF (Polícia Federal) do Paraná, Algacir Mikalovski, está no centro de pelo menos duas polêmicas nesta semana. A primeira ocorreu na quarta-feira, quando ele pediu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja transferido da superintendência do órgão em Curitiba para outra carceragem, sob a alegação de que a presença do líder petista na sede regional da corporação oferece “risco à população”.

A segunda surgiu nessa quinta-feira, depois que colegas do delegado “entregaram” à imprensa que ele tem fotos com o deputado federal e pré-candidato ao Palácio do Planalto Jair Bolsonaro, de quem seria um admirador confesso.

Em uma das imagens, uma “selfie” registrada em 2016, Mikalovski aparece ao lado do polêmico parlamentar fluminense, em um ato público que comemorava a abertura de investigação contra Lula na Operação Aletheia, 24ª fase da Lava-Jato. Ambos aparecem sorridentes e segurando uma placa com os dizeres “Eu apoio a Polícia Federal contra a corrupção”.

Além disso, as três páginas pessoais mantidas pelo delegado e sindicalista na rede social Facebook incluem postagens com críticas ao ex-presidente, preso desde o último sábado. Mikalovski foi candidato a deputado estadual pelo PRB em 2014 e a vereador, em 2016, pelo PSDC.

Relato

Na solicitação, encaminhada ao superintendente regional da PF Maurício Valeixo e repercutida na imprensa, o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Paraná afirmou que “a medida mais acertada seria a transferência imediata do ex-presidente Lula para uma unidade das Forças Armadas, que possua efetivo e estrutura à altura dos riscos envolvidos”.

Ele frisou, ainda, que “há comprovados riscos à população que reside no entorno do prédio da PF, aos policiais federais e demais integrantes do sistema de segurança pública que moram nas imediações da sede da Polícia Federal em Curitiba”.

O comunicado também menciona “invasores que se instalaram com barracas e determinadas estruturas, promovendo ações no sentido de intimidar pessoas”. Mikalovski disse, ainda, que irá à Justiça caso o superintendente não peça a transferência: “Caso isso não ocorra, em breve nós faremos um pedido diretamente, por meio do nosso escritório, à Justiça Federal”.

Moradores do local têm reclamado da presença dos manifestantes, que passam o dia discursando e assistindo atrações artísticas que defendem o ex-presidente. Já estiveram no local, por exemplo, a apresentadora de TV Bela Gil (filha do músico Gilberto Gil e que entregou cestas de alimentos agroecológicos) e a cantora Ana Cañas.

Recusa

A PF não se pronunciou sobre a proposta. Logo após o pedido do sindicato de delegados da corporação no Estado, a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) se manifestou contra a transferência de Lula. Em nota, o presidente da entidade, Luís Antônio Boudens, classificou o pedido como um “movimento apressado e sem respaldo dos policiais federais”.

“Cada deslocamento gera custos para os cofres públicos e uma enorme demanda de pessoal, além de aumentar a possibilidade de confrontos e situações de embate entre grupos de apoiadores e de contrários ao ex-presidente”, acrescentou o texto.

Mikalovski rebateu a ponderação dos dirigentes da Fenapef. “Não cabe a essa federação analisar despesas, mesmo porque há um custo para a manutenção desse condenado aqui e essa questão tem que ser analisada pela Justiça Federal”, disse o delegado paranaense e fã de Bolsonro. “Eu acho que tem mais propriedade para falar é quem trabalha aqui neste prédio”, acrescentou. ​

Já a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (também do Paraná), considerou desrespeitosa a solicitação encaminhada pelo sindicato. “Qualquer situação envolvendo o ex-presidente Lula, inclusive de transferência de local de prisão, só poderá ser feita a partir de uma negociação detalhada e responsável com os seus representantes jurídicos. Fora disso, não há qualquer possibilidade”, afirmou ela em um vídeo.

Vizinhança

A coordenação do movimento (autointitulado “Lula Livre”), por sua vez, garantiu que o acampamento é pacífico, instalado em área pública e cumprindo acordos coletivos de silêncio na faixa das 22h às 7h. Além disso, conta com uma equipe voluntária de limpeza que recolhe o lixo pelas manhãs e, em carta aos moradores, pediu desculpas pelos transtornos.

“O tema dos moradores está sendo usado com má-fé por pessoas e grupos que querem desviar o tema central, que é o arbítrio da prisão de Lula”, diz o comunicado. “É notória a recepção dos moradores, que ajudam diariamente com água, energia elétrica e rede de internet”, acrescenta. “A recepção também é boa com o comércio.”

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