Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2017
Após ganhar fama recentemente por exibir uma tatuagem em homenagem ao presidente Michel Temer e ser acusado de assediar uma jornalista, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) está envolvido em mais uma polêmica e pode ser alvo de um novo processo no Conselho de Ética da Câmara. Parlamentares membros da CFFC (Comissão de Fiscalização Financeira e Controle) relatam que Wladimir compartilhou no grupo de WhatsApp da Comissão uma mensagem em que a filha da deputada Maria do Rosário (PT-RS), que é menor de idade, aparece seminua. Parlamentares do PT afirmaram nessa quinta-feira que a bancada vai entrar com uma denúncia no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Wladimir.
A polêmica teria começado no último domingo, quando o deputado paraense compartilhou no grupo uma montagem em que aparecem, de um lado a filha de Rosário, e do outro, o filho do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP). A montagem, acompanhada da seguinte mensagem “É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais”, foi repreendida pelo presidente da Comissão, alegando que a finalidade do grupo era apenas discutir assuntos relacionados ao colegiado.
“Eu acho que a educação dos filhos cabe aos pais, não cabe ao colega de trabalho. O grupo é voltado para assuntos daquela comissão então eu o repreendi, como faria com qualquer outro que colega que fizesse isso, e pedi para que ele fosse retirado do grupo porque eu achei pesada a mensagem”, declarou o deputado Wilson Filho (PTB-PB), que é presidente da CFFC.
O acontecimento poderia ficar apenas nas trocas de farpas, comum entre parlamentares com posicionamentos opostos, não fosse o fato de que compartilhar fotos de menores de idade é crime previsto pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
“Independente de ser filha da Maria do Rosário ou não é uma adolescente, menor de idade, sendo exposta dessa maneira (seminua) em um grupo oficial de trabalho da Câmara. Esse parlamentar insiste em transgredir os limites do bom senso e da decência”, afirmou o deputado Jorge Solla (PT-BA), membro da Comissão onde a imagem foi compartilhada.
Segundo Jorge Solla, a punição pode ajudar a evitar que o compartilhamento de mensagens ofensivas nos grupos de WhatsApp de deputados “vire moda”.
Maria do Rosário declarou por meio de sua assessoria que a foto é do Instagram pessoal de sua filha, conta que é fechada, e que começou a ser compartilhada no começo do ano na internet por seguidores de Bolsonaro. A deputada declarou ainda que o fato lhe causou muita tristeza e por isso não pretende comentar sobre ele.