Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2017
O republicano Tim Murphy, um deputado contrário ao aborto que foi flagrado tentando convencer sua amante a pôr fim à gravidez, anunciou nesta quinta-feira (5) que renuncia ao cargo no Congresso dos Estados Unidos.
A medida foi adotada um dia depois de ter anunciado que não tentaria se reeleger em novembro de 2018.
“Esta tarde recebi uma carta de renúncia do deputado Tim Murphy, efetiva a partir de 21 de outubro”, informou o presidente da Câmara de Representantes, Paul Ryan, em um comunicado. “Foi decisão do Dr. Murphy passar ao capítulo seguinte de sua vida, e eu o apoio”, acrescentou.
Murphy disse em uma breve declaração que tirará “um tempo pessoal para buscar ajuda enquanto minha família e eu continuamos trabalhando com nossas dificuldades pessoais”.
Projeto
Murphy, legislador da Pensilvânia por oito mandatos, é popular entre os membros do movimento “pró-vida”, e recentemente patrocinou o projeto de lei que criminaliza a maioria dos abortos depois das 20 semanas de gestação.
As críticas a Murphy surgiram quando o jornal Pittsburgh Post-Gazette publicou um artigo sobre seu estridente escândalo sexual, justo quando a Câmara votou o projeto.
Murphy, de 65 anos, reconheceu no mês passado que teve um romance extramatrimonial com Shannon Edwards, uma psicóloga que trabalhou com ele em uma lei sobre saúde mental.
Declaração
Na terça-feira (3), o Gazette informou que Edwards enviou uma mensagem de texto a Murphy em janeiro no qual o recriminou por uma declaração antiaborto em sua conta de Facebook.
“Você não tem nenhum problema em publicar a sua postura pró-vida por todos os lados quando você não hesitou em me pedir para abortar o nosso filho na semana passada”, escreveu Edwards sobre um aparente falsa alarme de gravidez, segundo o Gazette.
Em resposta, havia uma mensagem de texto do número de Murphy dizendo que seus funcionários eram responsáveis por suas mensagens anti-aborto: “Eu nunca as escrevi. A equipe as escreve. Eu as li e estremeci. Disse para a equipe que não escreva mais”.
O “Post-Gazette” também publicou um memorando de seis páginas, aparentemente escrito pelo chefe de gabinete de Murphy, e datado de 8 de junho, no qual acusou Murphy de submeter seus membros da equipe a “ameaças, hostilidades, raiva e assédio”.
Nem Murphy nem seu escritório comentaram o relatório que saiu no jornal.
Edwards não chegou a engravidar na época da troca de mensagens, segundo o Pittsburgh Post-Gazette. Murphy estava em seu oitavo mandado representando um distrito no Sudoeste da Pensilvânia.