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Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2019
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8% no trimestre encerrado em setembro, atingindo 12,5 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A taxa é a mesma registrada nos três meses terminados em agosto, mas menor que os 12% registrados no trimestre terminado em junho. Na comparação com o mesmo período de 2018, a taxa de desemprego sofreu leve redução, de 0,1 ponto percentual. Já o número de desempregados recuou em 100 mil na comparação com o mês anterior: em agosto, eram 12,6 milhões de trabalhadores brasileiros desempregados.
Informalidade
Os dados mostram que o desemprego segue persistente, e as vagas criadas são precárias. Na comparação com o mesmo trimestre de 2018, houve aumento de 1,5 milhão de pessoas na população ocupada, que atingiu o recorde de 93,8 milhões – mas essa alta segue sendo puxada pela informalidade, que ficou em 41,4% em setembro (mesma taxa dos três meses encerrados em agosto), e vem crescendo nos últimos anos.
“Tanto em termos de taxa como do contingente associada a ela, é recorde”, enfatizou a analista do IBGE, Adriana Araújo Beringuy. “A despeito da melhora quantitativa da ocupação, em termos qualitativos a informalidade faz com que a massa de rendimento não avance. Além disso, vemos a queda contínua de contribuintes da Previdência”, afirmou.
Setores
A analista do IBGE, Adriana Beringuy, destacou que, na comparação com o trimestre terminado em junho, somente a atividade de agricultura e pecuária registrou queda na ocupação – foram 144 mil trabalhadores a menos. Todas as demais registram aumento da ocupação, “mas somente a construção teve aumento efetivo, com relevância estatística”, segundo ela.
Foram admitidos 254 mil trabalhadores na construção entre junho e setembro. A grande maioria, segundo a pesquisadora, na condição de informalidade. “O que puxou essas contratações foram pequenas edificações e reparos, não grandes obras. [os admitidos] São os trabalhadores elementares da construção, como pedreiros e pintores, e o vínculo que sobressai na ocupação deles é o emprego sem carteira e o trabalho por conta própria”, ressaltou.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, Adriana destacou que somente duas atividades tiveram aumento relevante na ocupação: a de transporte, armazenagem e correio, e a de informação/comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
“Esta última, que inclui o agenciamento de mão de obra, foi a única atividade que registrou contratações com carteira de trabalho assinada, mas não o suficiente para aumentar o contingente total de trabalhadores formais no mercado de trabalho”, disse.
Sem carteira
Segundo o IBGE, o número de trabalhadores por conta própria e sem carteira assinada permaneceram em patamar recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
A categoria por conta própria chegou a 24,4 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro, o que representa uma alta de 1,2% em relação ao mesmo período de 2018.
Já o número de empregados sem carteira de trabalho assinada seguiu no patamar recorde de 11,8 milhões de pessoas, o que representa um crescimento anual de 2,9%.
Já o número de trabalhadores com carteira assinada ficou em 33,1 milhões, o que segundo o IBGE representa uma estabilidade tanto na comparação com o mesmo período do ano passado como em relação ao trimestre anterior.