Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2017
Após recuar em nove dos últimos dez pregões, acumulando uma desvalorização de 4,76%, o dólar comercial encerrou a sexta-feira em alta de 0,49%, cotado a 3,14 reais na venda, em meio à desvalorização de mais de 2% nos preços dos petróleo. O giro financeiro do dia somou 1,24 bilhão de dólares. Na mínima, a moeda estrangeira ficou em 3,11 reais (-0,49%) e na máxima em 3,14 reais (0,5%).
De acordo com analistas, também contribuiu para o desempenho positivo da moeda norte-americana a postura de cautela do mercado antes da próxima semana, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reunirá para decidir o novo patamar da Selic, a taxa básica de juros da economia.
“Depois que o dólar atingiu o patamar de 3,11 reais, com o anúncio de que o ingresso de investidores estrangeiros no País em junho ficou acima do esperado [3,9 bilhões de dólares, acima da mediana de 2,6 bilhões de dólares], os investidores, principalmente as tesourarias de bancos, viram uma oportunidade de recomposição”, explicou o diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik.
Já o operador Durval Correa, da corretora Multimoney, salientou a corrida de importadores que avaliaram que o dólar estava com bom preço. No entanto, foi somente durante à tarde que o movimento comprador ficou mais claro. Na avaliação de diversos gerentes de mesa de derivativos, a cotação estava muito baixa e isso gerou um ajuste no valor em função da própria cautela dos investidores, de olho na próxima semana.
Combustíveis
Corrêa, da Multimoney, destacou que o aumento efetivo dos preços nas bombas de gasolina após a elevação do PIS/Cofins sobre os combustíveis, anunciado na quinta-feira, houve uma mudança no parâmetro da inflação, com a previsão para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo) no ano, passando de 3% para 3,5%.
“Embora não seja um aumento expressivo, o mercado já começou a olhar para uma inflação mais acelerada e o efeito-cascata que isso pode causar”, ponderou. “O mercado, então, está atento a um possível novo corte na Selic na próxima quarta-feira, na expectativa de se será mesmo de um ou 0,5 ponto porcentual, prevendo mudanças pela frente.”
Cenário global
A trajetória de alta também acompanhou o cenário internacional. O petróleo fechou em queda superior a 2%, pressionado pela expectativa de aumento da oferta da commodity pelos integrantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Com isso, moedas ligadas à dos Estados Unidos – a exemplo do peso mexicano e do dólar australiano – foram penalizadas e influenciaram, por sua vez, o comportamento do real.
No mercado futuro, o dólar para agosto subiu 0,66%, cotado a 3,14 reais. Já oi volume financeiro movimentado somou 12,7 bilhões de dólares. Durante o pregão, a divisa oscilou entre 3,11 (-0,33%) e 3,15 reais (0,74%).