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Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2019
Nessa sexta-feira, o dólar comercial voltou ao patamar próximo dos R$ 3,70 reais, com investidores otimistas após divulgação de detalhes sobre a reforma da Previdência na véspera e declarações de representantes da China e dos Estados Unidos sobre o progresso nas negociações comerciais entre os dois países.
A moeda norte-americana recuou 0,97%, cotada a 3,70 reais na venda, após alcançou R$ 3,72 na máxima. Levando-se em conta o desempenho da semana, a divisa estrangeira acumulou uma desvalorização de 0,8%.
De acordo com especialistas em mercado de capitais, o anúncio do governo federal sobre fixar a idade mínima da aposentadoria em 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com período de transição de 12 anos influenciou uma postura otimista entre os investidores.
O secretário da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse que o texto será enviado ao Congresso Nacional na próxima quarta-feira. “A maior parte da queda do dólar se deve ao cenário interno. A declaração sobre a reforma da Previdência e o fato de que está mais próximo de a proposta ser apresentada trouxe otimismo”, avaliou o gerente de tesouraria do Travelex Bank, Felipe Pellegrini. A questão agora é quanto da proposta o governo conseguirá manter nas negociações com parlamentares.
O mercado também monitorou a evolução da crise envolvendo o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, após denúncias de esquema de candidatos-laranja dentro do PSL na campanha do ano passado.
No panorama externo, declarações de autoridades da China e dos Estados Unidos de progresso e consenso sobre pontos cruciais nas negociações comerciais também animaram o mercado, alimentando o apetite por risco.
As conversas serão retomadas em Washington na próxima semana. O presidente norte-americano Donald Trump admitiu que o prazo para entrada em vigor de maiores tarifas contra importações chinesas, previstas para entrar em vigor 1º de março, pode ser prorrogado.
“As declarações da Casa Branca sobre as negociações com a China trazem um pouco de alívio para a economia como um todo”, sublinhou Pellegrini.
O BC (Banco Central) vendeu 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim rolou US$ 5,681 bilhões dos US$ 9,811 bilhões que vencem em março.
Bolsa de Valores
Já a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) finalizou o pregão da sexta-feira no vermelho, em sessão de ajustes, com ações de empresas de ensino entre as maiores quedas da instituição, após anúncio de investigação de indícios de corrupção no Ministério da Educação.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, a Bovespa caiu 0,5%, aos 97.525 pontos, após um verdadeiro “rali” na véspera, quando fechou acima de 98 mil pontos repercutindo notícias sobre a reforma da Previdência. O volume financeiro somou R$ 14,8 bilhões.
Na semana, houve alta acumulada de 2,2%, apoiada principalmente na elevação que ocorreu na quinta-feira, conforme as idades mínimas de aposentadoria definidas no texto da Previdência alimentaram apostas de uma proposta robusta e com chance de melhorar o quadro fiscal do País.
“O mercado agora aguarda o detalhamento da proposta e envio ao Congresso até o próximo dia 20”, disse o operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez DTVM, em São Paulo. “O governo agora vai testar a sua base para aprovação do projeto.”
“O mercado vai ficar à mercê das novidades da reforma da Previdência”, reforçou o gestor de um banco estrangeiro em São Paulo. “Mesmo com previsão de ser votada no meio do ano, o texto e o trâmite ocorrem agora.”