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Economia O dólar saltou quase 10% no Brasil em três semanas seguidas

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Em alta, moeda sofre por incertezas. (Foto: Marcello Casal Jr/EBC)

O mercado de câmbio no Brasil voltou a registrar pregão de forte volatilidade na sexta-feira (26), com o dólar chegando a disparar novamente mais de 3% e fechando na máxima em um mês, em meio a um exterior avesso a risco e à percepção de que o Banco Central está minimizando o constante vaivém nos preços da moeda.

O dólar à vista encerrou em alta de 2,58%, a 5,4652 reais na venda, maior valor desde 22 de maio (5,5739 reais na venda). A cotação operou com ganhos durante todo o pregão. Na máxima, saltou 3,12%, a 5,494 reais, e na mínima subiu 0,76%, para 5,3685 reais. O real, de longe, foi a moeda de pior desempenho nesta sessão.

Na semana, o dólar acumulou apreciação de 2,76%. É a terceira semana consecutiva de alta, período em que subiu 9,57%. Na quarta-feira (24), o dólar fechou em forte alta de 3,33%, um dia depois de cair 2,26%. Na quinta (25), a cotação oscilou entre ganho de 1,06% e queda de 1,07%. Na semana anterior, a moeda acumulou salto de 5,41%, o mais forte desde a semana finda em 8 de maio.

Os números evidenciam a volatilidade realizada (passada), mas pelos dados da volatilidade implícita (futura) a intensa oscilação dos preços deve persistir.

A volatilidade implícita nas opções de dólar/real para três meses subiu na sexta para 21,7%, máxima desde meados de março, quando os mercados estavam sob forte pressão decorrente da pandemia de coronavírus. A volatilidade implícita — uma medida da incerteza sobre a taxa de câmbio — para o real é a maior entre as principais moedas emergentes.

“Num curto período de tempo, a taxa de câmbio dá um salto quântico de R$ 4,00 para R$ 6,00, volta para R$ 4,80 e pula para R$ 5,50. Variações cambiais diárias da ordem de 2, 3, 4%!”, escreveu no Twitter Sergio Goldenstein, que já chefiou o Departamento de Operações de Mercado Aberto do Banco Central.

“O que fazer? Antes de tudo, o BC não minimizar a elevada volatilidade e atuar de forma mais incisiva, o que tornaria menos interessante a utilização da moeda como hedge. Em segundo lugar, interromper o processo de queda de juros”, acrescentou, questionando o benefício à atividade a partir de um juro real ainda mais negativo e apontando risco de a economia ser afetada pela instabilidade da moeda e seus efeitos sobre horizonte para investimentos e indicadores de confiança.

Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reconheceu que a volatilidade no Brasil está um pouco maior, mas afirmou que isso não significa que está piorando consistentemente. Campos Neto avaliou que a atuação da autoridade monetária tem sido bem sucedida no mercado cambial, sublinhando que a forma de intervir do BC não é para estabelecer nenhuma banda ou limite para o câmbio.

Na sexta, o BC voltou a recorrer à venda de dólares à vista, o que não acontecia desde o último dia 1º. A autoridade monetária colocou 502,5 milhões em moeda spot. O dólar saiu das máximas, mas permaneceu em firme alta até o fim da sessão, e o real seguiu como a divisa de pior desempenho no dia.

O BC também fez a colocação de 1,5 bilhão de dólares para rolagem de linhas de dólares com compromisso de recompra e de 12 mil contratos de swap cambial tradicional — também para rolagem.

Analistas dizem que a volatilidade no câmbio, além de associada ao ambiente externo ainda incerto, é intensificada por dúvidas no plano fiscal — que, contudo, não impediram o BC de cortar a Selic recentemente, reduzindo ainda mais a atratividade do real.

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