Domingo, 28 de setembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O escritor Paulo Coelho vai narrar as torturas que sofreu durante o regime militar em um texto contra Bolsonaro. O autor publicará artigo contra as comemorações do golpe de 1964

Compartilhe esta notícia:

Escritor teria sido preso e torturado no lugar de um militante, que estava foragido durante a ditadura. (Foto: Emanuele Scorcelletti/Divulgação)

O escritor Paulo Coelho revelou que vai publicar um artigo no jornal americano “The Washington Post” que narra as torturas que sofreu durante a ditadura militar. A informação é do jornalista Maurício Meireles, da Folha de S.Paulo. O texto é um resposta à ordem do presidente Bolsonaro para que os militares celebrem o golpe de 1964.

No artigo contundente, Paulo Coelho “narra em detalhes as torturas que sofreu nos porões da ditadura militar, em maio de 1974 — e diz que é um período assim que Bolsonaro pretende comemorar”. O texto já foi entregue e está em fase de tradução para o inglês.

Proibição

A juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara Federal em Brasília, atendeu na tarde desta sexta-feira (29) a um pedido da Defensoria Pública da União e ordenou que as Forças Armadas não realizem comemorações dos 55 anos do golpe militar de 1964.

A magistrada considerou que a iniciativa fere o princípio da legalidade porque não se trata de data comemorativa prevista em lei. No último dia 23, o porta-voz da Presidência, Otávio Rego Barros, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Defesa “as comemorações devidas”. Na quinta (28), Bolsonaro disse que o objetivo não era “comemorar”, mas “rememorar”.

Ela concedeu uma liminar (decisão provisória) para que as Forças Armadas não fizessem a leitura de texto em referência a 31 de março de 1964, quando teve início a ditadura militar no Brasil que perdurou por 21 anos.

A decisão, no entanto, não terá efeito prático porque a leitura foi realizada nesta manhã no Comando Militar do Planalto, em Brasília. Um dos trechos do texto diz: “As Forças Armadas participam da história da nossa gente, sempre alinhadas com as suas legítimas aspirações. O 31 de março de 1964 foi um episódio simbólico dessa identificação”.

A juíza ordenou que o Ministério da Defesa fosse notificado. A ação, no entanto, ainda será julgada no mérito. Ao final da ação civil pública, se a conclusão for a de que houve ilegalidade, a Justiça pode determinar punições.

A Defensoria argumentou que eventual comemoração fere o princípio da legalidade previsto no artigo 37 da Constituição. Isso porque a lei estipula que uma data só pode ser comemorada se houver lei que a estipule. Além disso, a Defensoria argumentou que comemorar um regime em que pessoas foram perseguidas, torturadas e assassinadas viola a moralidade administrativa.

Para a juíza, realizar comemorações, como a leitura da Ordem do Dia feita nesta sexta, “não é compatível com o processo de reconstrução democrática promovida pela Assembleia Nacional Constituinte de 1987 e pela Constituição Federal de 1988.

“Nesse contexto, sobressai o direito fundamental à memória e à verdade, na sua acepção difusa, com vistas a não repetição de violações contra a integridade da humanidade, preservando a geração presente e as futuras do retrocesso a Estados de exceção. Nesse ponto, ressalte-se que a alusão comemorativa ao 31 de março de 1964 contraria, também, a ordem de manter a educação contínua em direitos humanos, como instrumento de garantia de não repetição, estabelecida em sentença proferida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos”, disse a juíza.

Ela concordou também com argumento da Defensoria segundo o qual a comemoração fere o princípio da legalidade uma vez que não há lei que preveja a data.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Governo federal bloqueia verbas e total de cortes chega a quase R$ 36bi
O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, diz que os Poderes assinarão um documento pró-reforma da Previdência e “enxugamento” da Constituição
https://www.osul.com.br/o-escritor-paulo-coelho-vai-narrar-as-torturas-que-sofreu-durante-o-regime-militar-em-um-texto-contra-bolsonaro-o-autor-publicara-o-artigo-contra-as-comemoracoes-do-golpe-de-1964/ O escritor Paulo Coelho vai narrar as torturas que sofreu durante o regime militar em um texto contra Bolsonaro. O autor publicará artigo contra as comemorações do golpe de 1964 2019-03-29
Deixe seu comentário
Pode te interessar