Segunda-feira, 18 de março de 2024
Por Redação O Sul | 21 de dezembro de 2018
Nessa sexta-feira, o ex-policial militar Fabrício Queiroz, que trabalhou como assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro e agora senador eleito (PSL-RJ), faltou pela segunda vez ao depoimento que iria prestar no MP (Ministério Público) do Rio de Janeiro. Ele já havia faltado na oitiva da última quarta-feira.
A defesa voltou a alegar motivos de saúde para o não comparecimento à oitiva, marcada para esclarecer movimentações atípicas em sua conta bancária, conforme apontado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
De acordo com o MP-RJ, o advogado de Queiroz informou que seu cliente “precisou ser internado na data de hoje, para realização de um procedimento invasivo com anestesia, o que será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos”. A defesa se comprometeu a apresentar os referidos laudos até o próximo dia 28.
Segundo o órgão, outras diligências da investigação serão realizadas, incluindo a oitiva dos familiares de Queiroz, no dia 8 de janeiro, e dos assessores da Alerj de Flávio Bolsonaro, em data a ser designada. Também serão pedidos esclarecimentos sobre o caso ao próprio parlamentar: “Dando prosseguimento às investigações será enviado ofício ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, sugerindo o comparecimento do deputado estadual Flávio Nantes Bolsonaro, no dia 10 de janeiro, para que preste esclarecimentos acerca dos fatos”.
Outros parlamentares citados no relatório do Coaf procuraram a instituição, de forma voluntária, para manifestar interesse em apresentar seus esclarecimentos. A investigação, que é sigilosa, está sendo conduzida pelo Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal do Ministério Público.
Em nota, a assessoria de Flávio afirmou que o deputado “não é investigado e não fez nada de errado” no procedimento do MP que analisa movimentações atípicas na conta de seu assessor. Declarou, ainda, que Flávio “estará à disposição das autoridades competentes, por ser o principal interessado na elucidação dos fatos”.
Entenda o caso
O Coaf identificou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 e um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro – o presidente eleito disse que se tratava do pagamento de uma dívida antiga do policial militar com ele.
As transações atípicas foram reveladas pelo Estado, no último dia 5. Desde a divulgação dos dados, Queiroz não se justificou em público. Ao Estado, o ex-assessor disse que não sabia nada sobre o assunto.
O nome de Queiroz consta na folha de pagamento da Alerj de setembro com salário de R$ 8.517. Ele era lotado com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL- 3, no gabinete de Flávio Bolsonaro. Conforme o relatório do Coaf, ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele foi exonerado no último dia 15 de outubro.