Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2017
No dia 29 de março de 2014, o Banco Central baniu por 15 anos do mercado financeiro o ex-banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos, dono do falido Banco BVA. Ele e outros dez executivos da instituição financeira foram considerados culpados pelo desvio de 195,4 milhões de reais dos cofres do BVA, que faliu oficialmente seis meses depois, afundado em dívidas. Considerado culpado por malfeitos no banco que ele mesmo fundou, em 1994, Ferreira dos Santos também pode ter participado do esquema de corrupção na Petrobras. É o que indicam as investigações da Operação Lava-Jato, que em sua 41ª fase, batizada de Poço Seco, levou o empresário à prisão temporariamente.
O juiz Sérgio Moro considerou os indícios reunidos pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal de que José Augusto Ferreira dos Santos pode ter recebido parte da propina referente à compra, pela Petrobras, de um campo de petróleo na costa do Benin, na África.
De acordo com os investigadores, o suposto envolvimento de Ferreira dos Santos com propinas pode não ter se restringido à compra do campo do Benin. Outra offshore do ex-banqueiro identificada pela força-tarefa da Lava Jato, a Penbur Holding S/A, no Banco BSI, recebeu, entre fevereiro e agosto de 2012, 1,1 milhão de francos suíços de contas controladas na Suíça pelo empreiteiro Ricardo Pernambuco Backheuser, dono da Carioca Engenharia e delator.
Além das duas offshores com contas na Suíça, a Ibatiba Assessoria, Consultoria e Intermediação de Negócios, empresa aberta em Três Rios (RJ) em 2010 e transferida a São Paulo em 2015, também é apontada pela Lava-Jato como indicador de supostas atividades ilícitas do ex-banqueiro.
A firma, da qual Ferreira dos Santos foi sócio majoritário até 2012, recebeu cerca de 31,3 milhões de reais das empreiteiras Mendes Junior, Andrade Gutierrez, Camargo Correa e OAS, todas envolvidas no petrolão.