Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2020
Menos de um ano depois de ter sua proposta de delação premiada rejeitada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), Eike Batista voltou a negociar uma nova tratativa com o órgão.
O empresário estava em vias de fechar um acordo com o Ministério Público Federal do Rio sem envolver nomes com foro privilegiado, mas, na última hora, suspendeu as tratativas para procurar a PGR. A delação foca parlamentares com foro e não inclui, até o momento, autoridades do judiciário.
Com isso, Eike busca um benefício melhor do que o oferecido pelo MPF do Rio. Uma das principais preocupações dele é fechar um acordo que não o obrigue a voltar para atrás das grades. O empresário foi preso duas vezes e está livre desde agosto, quando teve a prisão revogada pelo TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região).
A primeira vez que Eike tentou delação com a PGR foi sob a gestão de Raquel Dodge. Desta vez, o empresário está negociando com a equipe de Augusto Aras, que assumiu a PGR em setembro. Participantes da tratativa acreditam que ela pode ser fechada nos próximos meses.
Condenação
Em setembro do ano passado, Eike foi condenado a 8 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de uso de informação privilegiada e manipulação de mercado. A sentença, assinada pela juíza Rosália Monteiro Figueira, e publicada pela 3ª Vara Federal Criminal, também estabeleceu o pagamento de uma multa de R$ 31,5 milhões.
O empresário deveria ainda reparar os prejuízos causados a investidores, no valor de R$ 82,8 milhões acrescido das devidas atualizações e correções monetárias.
O processo se desdobrou de uma denúncia em que Ministério Público Federal descreve atividades ilícitas envolvendo a OSX, empresa criada em 2009 por Eike Batista como braço grupo EBX, para atuar na construção naval e em serviços operacionais offshore, fornecendo, por exemplo, plataformas para a extração de petróleo. Como se trata de uma decisão de primeira instância, Eike poderá recorrer em liberdade.