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Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2018
 
				O MPF (Ministério Público Federal) no Rio de Janeiro apresentou mais uma denúncia envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral (2007-2014) por corrupção passiva. Esta é a vigésima denúncia contra o peemedebista. Uma foi apresentada pela Operação Lava-Jato em Curitiba (PR) e as outras 19 pelo MPF no Rio, como desdobramentos da força-tarefa do Paraná. Cabral já tem quatro condenações pela Justiça Federal.
Também foram alvo da denúncia o ex-secretário de Obras Hudson Braga, Wagner Jordão Garcia (apontado como operador financeiro do esquema criminoso), Alex Sardinha da Veiga (ex-coordenador de licitações da empresa Oriente Construção Civil) e Geraldo André de Miranda Santos (diretor e atual administrador da Oriente).
Os procuradores afirmam que esta nova denúncia apresentada em decorrência das operações Saqueador e Calicute abrange mais um esquema criminoso de corrupção. No centro dos atos ilícitos, contratos celebrados pelo governo do Estado com a construtora Oriente.
Segundo a denúncia, ao menos no período entre 2010 e 2014, Cabral, por meio de Braga e Garcia, solicitou e recebeu propina de Alex Sardinha e Geraldo André. Em geral, o valor cobrado era de 1% dos contratos celebrados.
“Com efeito, o pagamento de propina em relação às obras públicas executadas pelo governo do Rio de Janeiro na gestão de Sérgio Cabral e Hudson Braga era prática generalizada, que certamente gerou o pagamento de dezenas de milhões de reais em propina”, afirmam os procuradores na denúncia.
No dia 21 de dezembro, Cabral já havia sido denunciado outras duas vezes, junto com o ex-chefe da Casa Civil fluminense Régis Fichtner e com o empresário Georges Sadala. Também foram alvo das duas denúncias Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carlos – apontados pelo Ministério Público Federal como os operadores financeiros da organização.
Defesa
Em nota, o advogado de Sérgio Cabral, Rodrigo Rocca, afirmou que a denúncia se baseia apenas nas palavras de delatores e não apresenta qualquer elemento de prova que possa confirmar a tese da acusação.
“Sérgio Cabral nunca compactuou e nem jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ato de corrupção em seu governo ou fora dele. Caso a denúncia seja recebida, a defesa impetrará um pedido de habeas corpus para bloqueá-la, seja por sua absoluta falta de provas, seja pelo emprego abusivo e equivocado da Lei da Delação Premiada”, ressaltou o advogado.
Já uma funcionária da empresa Oriente respondeu à imprensa, por telefone, que a construtora está “em período de recesso”. Ela disse, ainda, que os responsáveis por responder às acusações só estarão de volta ao expediente na próxima segunda-feira.
O advogado de Hudson Braga, Roberto Pagliuso, por sua vez, limitou-se a declarar que não se pronunciaria sobre as acusações no momento. Wagner Jordão, Geraldo André de Miranda Santos e Alex Sardinha da Veiga também não se manifestaram.