Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2017
Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma, está preparando o roteiro da delação premiada que vai fazer nos próximos dias. Ele quer deixar a prisão em Curitiba (PR), onde está desde setembro do ano passado, e para isso compromete-se a delatar o ex-presidente Lula, que até recentemente era um dos seus maiores amigos.
Vai entregar também esquemas de corrupção que envolviam a venda de medidas provisórias para bancos e grandes empresas brasileiras. Com o acordo proposto à Lava-Jato, Palocci quer cumprir pena de somente um ano em prisão domiciliar. Uma punição levíssima, para um petista acusado de ter recebido R$ 128 milhões de propinas da Odebrecht para repasses ao PT.
Além disso, o ex-ministro, identificado como “Italiano” no departamento de propinas da Odebrecht, era o responsável por movimentar uma conta secreta da empreiteira em nome de Lula, que atendia pela alcunha de “Amigo”, e que chegou a ter R$ 40 milhões à sua disposição.
Dinheiro vivo para Lula
O ex-ministro já confirmou aos procuradores da República de Curitiba que vai mesmo delatar Lula. Deve explicar as circunstâncias em que movimentou os R$ 40 milhões “destinados para atender as demandas” do ex-presidente, como revelou o empreiteiro Marcelo Odebrecht em depoimento ao juiz Sérgio Moro.
Desse total, pelo menos R$ 13 milhões foram sacados em dinheiro vivo para o ex-presidente petista pelo sociólogo Branislav Kontic, assessor do ex-ministro. Palocci vai detalhar também a divisão de propinas na criação da empresa Sete Brasil, em 2010. Esse negócio gerou subornos da Odebrecht no valor de R$ 51 milhões e, segundo o ex-ministro, Lula teria ficado com 50% desse valor.