Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2018
O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles já decidiu que colocará dinheiro do próprio bolso na sua campanha à Presidência da República, segundo informou a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo. Meirelles também pretende explorar o fato de ter integrado a equipe econômica de Lula, quando a economia do País chegou a crescer 7,5%. Há registros de fartos elogios feitos a ele pelo petista.
O ex-ministro já tem também uma resposta na ponta da língua caso alguém pergunte a ele se Michel Temer poderia ter um cargo em seu eventual governo: ainda é cedo para falar de formação de equipe. É preciso primeiro vencer as eleições.
Combustíveis
Meirelles foi cobrado na quarta-feira (23) pelo alto preço dos combustíveis e pela paralisação nacional dos caminhoneiros. Durante evento na capital federal, prefeitos e vereadores pediram uma explicação ao ex-ministro da Fazenda no final de uma palestra sobre as suas propostas para o País.
Em entrevista à imprensa, Meirelles reconheceu que a situação é séria e que a redução de tributos, como a Cide, é parte de uma solução para o quadro atual. As manifestações espalhadas pelo País têm impactado a produção de veículos, a distribuição de combustíveis e alimentos e paralisado a operação de aeroportos. “É discutida a questão dos impostos. Eu acho que, de fato, é uma coisa que tem de ser olhada e é uma parte muito importante da solução”, disse.
O presidenciável observou, contudo, que a Petrobras não pode ser penalizada por um aumento do preço do petróleo em todo o mundo. “Tem de se preservar a Petrobras. Ela não pode pagar o preço de aumento do petróleo. A função dela é extrair e distribuir. Ela não tem a função de bancar custo de petróleo”, disse.
Perguntado, Meirelles não quis responder se, diante de um quadro de urgência, o presidente Michel Temer deveria zerar a Cide antes da aprovação de proposta de reoneração da folha de pagamento. Para ele, a questão da elevação dos preços só poderá ser resolvida em longo prazo com a realização de uma reforma tributária.
“Tudo isso tem de ser resolvido na questão da carga tributária. Temos de criar um sistema flexível e sem prejuízo do equilíbrio das contas públicas para que a carga tributária funcione como um amortecedor da questão dos preços dos combustíveis”, declarou.
Prometida no começo de 2017, contudo, a reforma tributária do MDB não saiu do papel e não há perspectiva de ser feita neste ano. No evento, Meirelles ainda rebateu o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, segundo o qual a proposta do teto de gastos instituída pelo emedebista “não é razoável”.
Segundo o ex-ministro, a avaliação do tucano é um “equívoco muito grande” e o limite sobre os gastos públicos foi o primeiro passo para restaurar a confiança no País. “Se não fizesse o teto, nós teríamos despesas públicas subindo de maneira insustentável, juros altos, inflação elevada e recessão”, ressaltou.