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Por Redação O Sul | 25 de março de 2018
O ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont foi preso, neste domingo (25), pela polícia alemã. O líder separatista catalão tinha acabado de cruzar de carro a fronteira da Dinamarca com a Alemanha, voltando de uma viagem que fez à Finlândia.
Puigdemont é alvo de uma ordem internacional de prisão, expedida na sexta-feira (23), pelo Tribunal Supremo da Espanha. O mandado, de abrangência europeia, mira envolvidos no processo de tentativa de independência da Catalunha que estão foragidos da Justiça.
As ordens de prisão já haviam sido enviadas à Interpol e Sirene – o sistema de informação Schengen, além de permanecerem vigentes os mandados de prisão na Espanha contra os mesmos foragidos.
Puigdemont saiu da Espanha para um auto-exílio na Bélgica em 2017, pouco depois de o parlamento catalão fazer uma declaração simbólica de independência da Espanha. Ele chegou à Finlândia na última quinta-feira (22) para se encontrar com parlamentares e comparecer a uma conferência.
Após a expedição da ordem de prisão, o ex-líder catalão deixou a Finlândia e se dirigia à Bélgica, onde, segundo aliados, planejava colaborar com as autoridades sobre as tentativas da Espanha de extradição.
Ele foi detido na rodovia A7, na cidade de Flensburg, no estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha.
Prisão de separatistas
Na sexta-feira, o juiz espanhol da suprema corte Pablo Llarena determinou que 25 políticos separatistas, incluindo Puigdemont, fossem a julgamento por rebelião, apropriação indevida de fundos ou desobedecimento ao Estado.
Destes 25, cinco foram presos na própria sexta-feira, antes de seus julgamentos. Entre os presos estavam Jordi Turull, um aliado próximo a Puigdemont que passaria por uma segunda eleição neste sábado para se tornar o próximo presidente regional.
Independência
O Parlamento da Catalunha aprovou no final de outubro uma resolução que previa “constituir uma República Catalã como um Estado independente, soberano, democrático e social”. Logo na sequência, o Senado espanhol aprovou o artigo 155 da Constituição e determinou a intervenção na região.
O texto catalão determinava que o governo local criasse “todas as resoluções necessárias para o desenvolvimento da lei de transitoriedade legal e fundação da República” e foi aprovado por 70 votos a favor, 10 contra e 2 em branco.
Mas parlamentares dos partidos Socialista, Ciudadanos e Popular, contrários à proposta, abandonaram o plenário antes da votação. Como o Parlamento catalão conta com 135 assentos, a independência havia sido aprovada por 52% dos políticos.
O premiê espanhol, Mariano Rajoy, reagiu pelo Twitter, pedindo “tranquilidade a todos os espanhois”. “O Estado de direito restaurará a legalidade na Catalunha”, escreveu.
Em resposta, o governo espanhol utilizou o artigo 155, medida que determina o afastamento do presidente regional e todo o seu governo, limita as funções do Parlamento catalão, obriga a convocação de novas eleições regionais em até seis meses e intervém na polícia no local. Com as funções limitadas, o Parlamento regional não pode nomear seu próprio presidente e o governo espanhol pode vetar suas decisões.