Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A mídia isolou Dilma Roussef. Certamente ela é hoje a entrevistada mais esperada por milhões de telespectadores, mas é mantida de forma impiedosa num silencio forçado e imoral. Uma entrevista prometida na TV Brasil, envolvida num escândalo de prepotência do governo interino, já gravada não tem data para ir ao ar.
Fica clara a determinação de manter a presidenta no ostracismo sem direito a defesa publica. O jornalismo imparcial é definitivamente lançado no abismo do comprometimento ideológico. Morre a democracia. Somos julgados pela mídia internacional!
Em editorial publicado ontem o jornal americano The New York Times questiona a firmeza do compromisso do presidente interino, Michel Temer, com o combate à corrupção. Com título “A Medalha de Ouro do Brasil para Corrupção”, o artigo começa fazendo referência à ficha suja de ministros do governo – entre os quais, sete são investigados por corrupção.
“As nomeações reforçaram as suspeitas de que o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff no mês passado, por acusações de maquiar ilegalmente as contas do governo, teve uma segunda intenção: afastar a investigação (de corrupção)”, escreve o jornal. O editorial afirma que é fundamental abolir a imunidade parlamentar para políticos acusados de atos de corrupção. “Esta proteção injustificável claramente permitiu uma cultura de corrupção e impunidade institucionalizadas”.
Se a decisão é manter a Dilma no silencio dos desterrados, a sanha de elimina-la vai ainda além. Na última sexta feira soube-se que Temer determinou o fim da compra de comida para o Palácio onde se abriga hoje a presidenta eleita por mais de 54 milhões de eleitores e que não é acusada formalmente por nenhum crime!
Ainda determinados a isolar a por eles já “condenada” ex-presidenta, o interino proibiu suas viagens pelo país usando – o que a prerrogativa do cargo garante – aviões da FAB para visitar e falar com os cidadãos brasileiros em todos os estados da federação! Dilma só pode ir para casa (Porto Alegre) e voltar para o Palácio cercado por soldados do Exército (Brasília). É piada. Dilma já adiantou que vai viajar em avião de carreira!
Enquanto isso o Procurador Geral da República vai solicitando ao STF licença para investigar nomes poderosos citados por delatores da Operação Lava Jato. O editorial do NYT captou perfeitamente o nosso câncer moral; a imunidade parlamentar.
Na Câmara hoje acontece reunião para decidir o sim ou não pela cassação do dep. Eduardo Cunha. Ao que soube estamos – quem é a favor de sua cassação – nas mãos da Tia Eron! Uma deputada baiana evangélica da Igreja Universal será o voto decisivo. Registro que Jesus expulsou os vendilhões do Templo! É, isso!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.