Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de abril de 2018
Para quem já desconfiava, agora temos a confirmação: o Facebook pode espiar todas as conversas realizadas no Messenger. As informações são da agência Bloomberg, do site CanalTech e do portal de notícias G1.
O motivo do monitoramento é para que a rede social se certifique de que os usuários estão cumprindo suas regras de uso. As mensagens enviadas passam por um sistema de escaneamento e, caso as mensagens de texto, imagens, vídeos e links enviados não sejam condizentes com as normas, elas não são entregues. Caso haja alguma suspeita, ainda é preciso passar pelos olhos humanos.
O foco da espionagem, no entanto, envolve crimes graves, como exploração infantil, por exemplo, ou conteúdos abusivos; por isso o Facebook deixa claro que nenhum funcionário da rede social pode conferir conversas fisicamente, ao menos que seja solicitado pelo governo.
Portanto, usuários dentro da lei não têm com o que se preocupar, de acordo com uma porta-voz do Facebook em declaração à Bloomberg.
O esclarecimento surge em meio à polêmica recente da Cambrigde Analytica, que vazou documentos que comprovaram que dados de 87 milhões de usuários do Facebook foram destinados à campanha de Donald Trump em 2016, sem permissão.
Dados explorados
Na quarta-feira (4), o Facebook elevou de 50 milhões para 87 milhões o número de usuários da rede que tiveram dados explorados pela Cambridge Analytica.
“No total, nós acreditamos que as informações de até 87 milhões de pessoas – a maioria delas nos EUA – podem ter sido impropriamente compartilhadas com a Cambridge Analytica”, afirmou Mike Schroepfer, diretor de tecnologia do Facebook.
A afirmação foi feita em um comunicado publicado no blog oficial da empresa. O novo cálculo é divulgado no mesmo dia em que a companhia anunciou a repaginação de sua política de dados e de seus termos de serviço, a primeira em três anos, feita para ampliar a transparência sobre como trata os dados de seus usuários e tentar conter o mal-estar gerado após o escândalo da Cambridge Analytica.
No post, o executivo comenta algumas das mudanças feitas na plataforma para evitar que desenvolvedores de aplicações consigam coletar e explorar dados de usuários de forma indevida.
Em comunicado, a Cambridge Analytica refutou a estimativa do Facebook de que 87 milhões de pessoas tiveram seus dados explorados pela empresa de marketing. A companhia disse que obteve dados de 30 milhões de pessoas por meio de um contrato legal com a GSR, que está sendo alvo de contestação.
“A Cambridge Analytica licenciou dados de não mais do que 30 milhões de pessoas da GSR, como está claro no nosso contrato com a empresa de pesquisa. Nós não recebemos mais dados do que isso”, diz a nota.
A empresa ainda afirmou que não usou esses dados da campanha presidencial dos EUA em 2016.
A Cambridge Analytica disse que contratará uma auditoria externa para se assegurar de que todos os dados foram deletados e fornecer ao Facebook um certificado sobre isso. A empresa já tinha feito uma auditoria interna para provar a exclusão dos dados.