Ícone do site Jornal O Sul

O Facebook deixará de utilizar o símbolo vermelho que avisa as pessoas quando uma notícia é falsa

Estratégia adotada no ano passado acabou não surtindo o efeito desejado. (Foto: Reprodução)

O Facebook anunciou que deixará de usar o símbolo que marca as notícias falsas que circulam pela rede social. A ferramenta de advertência, na forma de um quadrado vermelho com um ponto-de-exclamação inserido, havia sido disponibilizada para tentar conter um dos fenômenos que mais preocupam os especialistas em internet.

Em vez disso, a rede priorizará a exposição de notícias verdadeiras relacionadas ao assunto, junto às chamadas “fake news”, na expectativa de que fontes confiáveis ajudem o usuário a chegar à informação correta.

Por meio de um texto divulgado no site oficial da empresa, a gerente de produtos do Facebook, Tessa Lyons, ressaltou que pesquisas indicaram que o uso de imagens fortes junto a artigos suspeitos pode ter o efeito contrário ao desejado, aumentando o engajamento de usuários com a publicação.

De acordo com a executiva, notícias falsas veiculadas junto a artigos relacionados têm menos compartilhamentos do que as “fake news” com bandeiras de alerta – que nem sempre vinham sendo bem compreendidas pelos internautas ao difundir informações por meio da rede social.

Lyons afirmou ainda que oferecer mais informações e contexto pode ajudar os usuários da rede a avaliar se a notícia está correta.
A empresa também diz estar estudando como o veículo de informação responsável pela notícia compartilhada na rede impacta na percepção dos usuários sobre a veracidade dos fatos.

Lyons diz que a análise não terá impacto na linha do tempo dos usuários de imediato, mas poderá ajudar o Facebook a medir o sucesso de suas iniciativas que visam melhorar a qualidade da informação na rede.

A discussão sobre a difusão de notícias falsas pelas redes sociais ganhou relevância após “fake news” terem se espalhado na internet durante a eleição norte-americana de novembro do ano passado, que foi vencida pelo magnata republicano Donald Trump contra a senador e ex-primeira-dama Hillary Clinton.

Desde então, o Facebook vem lançando diversas iniciativas para identificar fontes de informação duvidosa, realizar a checagem de fatos e alertar usuários que tentam compartilhar notícias já identificadas como falsas.

Deu errado

A ferramenta havia sido colocada em prática pelo Facebook em dezembro do ano passado, definindo a estratégia como a mais agressiva já adotada contra a circulação de boatos no ambiente virtual. Na ocasião, em um texto publicado na plataforma Medium, o designer de produto do Facebook, Jeff Smith, explicou que esse recurso seria viabilizado pela combinação de análises de agências de checagem.

Segundo ele, a ideia original de colocar uma bandeira vermelha ao lado do post indicando que aquela história podia ser falsa muitas vezes tinha o efeito oposto ao desejado. “Algumas pesquisas sugeriram que uma linguagem ou visualização forte, como uma bandeira vermelha gritante, podem dar mais força às crenças de uma pessoa”, disse.

Além disso, as bandeiras vermelhas só apareciam quando um assunto estava sendo analisado por duas ou mais agências de checagem que são parceiras do Facebook. Isso reduz drasticamente o alcance das etiquetas, porque não existem muitas agências de checagem no mundo e nem todas elas podem se dedicar sempre às mesmas notícias.

Ainda conforme Smith, o novo recurso, em testes feitos pela rede social, não reduziu consideravelmente o número de cliques em notícias falsas. Mas reduziu drasticamente o número de compartilhamentos desses boatos – o que já é um avanço, segundo a rede social.

Além do novo sistema de artigos relacionados, o Facebook também vai abrir uma caixa de alerta quando alguém quiser compartilhar uma notícia que pode ser falsa. Uma janela vai aparecer na tela do celular ou PC perguntando se você tem certeza de que quer compartilhar essa história ou dar uma olhada no que agências de checagem têm a dizer.

Sair da versão mobile