Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2018
O Facebook está à procura de engenheiros para trabalhar com seus próprios chips. Na quarta-feira (18), Yann LeCun, chefe da área de inteligência artificial do Facebook, postou no Twitter uma vaga de emprego, procurando por engenheiros com experiência em circuitos integrados de aplicação específica e gateways programáveis. As informações são do site CanalTech.
A vaga descreve o seguinte:
“O Facebook está buscando um engenheiro de design de silício para se juntar à nossa equipe de infraestrutura. Estamos à procura de candidatos com experiência em arquitetura e design de ASICs semipersonalizados e totalmente personalizados. A função envolve a avaliação, desenvolvimento e condução de tecnologias de próxima geração no Facebook. O candidato precisaria trabalhar com engenheiros de software e de sistema para entender as limitações do hardware atual e usar seus conhecimentos para criar soluções personalizadas voltadas para várias verticais, incluindo AI/ML, compactação e codificação de vídeo. Este emprego é em tempo integral no nosso escritório de Menlo Park”. No post, LeCun ainda comenta que “costumava ser um designer de chips”.
O fato compactua com uma publicação da Bloomberg, que citou uma fonte interna da rede social dizendo que a empresa estaria investindo na produção de chips próprios. A vaga para trabalhos com circuitos integrados de aplicação específica, ou ASIC, se refere a design de chip com finalidades muito bem definidas.
Uma das funcionalidades para chips desse tipo seria a personalização com foco em data centers do Facebook. Alphabet e Microsoft não só economizaram na produção deste tipo de hardware como vendem a tecnologia atualmente. Um mercado promissor em se tratando do alto desenvolvimento de tecnologias em nuvem.
Falha de segurança
Uma nova falha de segurança envolvendo o sistema de logins pelo Facebook tirou o sono dos engenheiros da empresa nesta semana. De acordo com um relatório publicado pela Freedom to Tinker, centenas de sites estão usando rastreadores programados em JavaScript para interceptar dados como nomes completos, e-mails, gênero, localização e foto do perfil de usuários que optam por usar o sistema de credenciais da rede social.
O problema, segundo as informações, não está no sistema de login do Facebook em si, mas sim na exploração dessa tecnologia por terceiros. Segundo a Freedom to Tinker, um centro de pesquisas sobre tecnologia ligado à Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, esse tipo de abuso do sistema foi encontrado em, pelo menos, 434 sites.
A localização da falha se une a um segundo problema: o rastreamento de usuários mesmo fora do Facebook e sem que eles utilizem o sistema de logins da companhia em todas as páginas. Um dos principais serviços a utilizarem essa prática é o Bands In Town, site que notifica usuários sobre shows que estão sendo realizados nas cidades. Por meio de uma solução para publicidade chamada Amplified, a plataforma é capaz de acompanhar seus utilizadores mesmo fora de seus próprios domínios.
Mais uma vez, o principal ponto aqui seria a obtenção de dados. De forma a exibir o melhor tipo de propaganda possível, o script compartilharia as informações pessoais dos usuários com sites aos quais ele não autorizou esse tipo de coleta, o que poderia incluir, até mesmo, domínios maliciosos. Antes mesmo da publicação do relatório, porém, o Bands In Town disse ter resolvido a questão, chamada de “falha” pelo serviço.
Os motivos por trás da inserção de JavaScript no sistema de login no Facebook seria semelhante. Com a obtenção de informações, serviços de publicidade poderiam oferecer propagandas melhores aos usuários mesmo naqueles serviços em que as credenciais da rede social não foram usadas, inclusive em páginas onde a identificação nem mesmo é necessária.
Ainda em comunicado, o Bands In Town disse não autorizar que seus parceiros ou utilizadores de sistemas de identificação de usuários compartilhem os dados das pessoas com terceiros. Por isso, a ação apropriada foi tomada para acabar com o problema e evitar que ele aconteça novamente.
Outro apontado como “participante” desse tipo de exploração é o MongoDB, um sistema de banco de dados voltado ao desenvolvimento de projetos em código aberto. Em comunicado, a empresa disse não saber que terceiros estavam usando scripts para coletar dados do Facebook e informou que a fonte desse tipo de abuso já foi identificada, com seu funcionamento bloqueado.
Na visão da Freedom to Tinker, uma auditoria sobre a utilização de APIs teria sido suficiente para que o Facebook descobrisse esse tipo de utilização irregular dos dados de seus usuários. O processo de análise mais profunda está sendo realizado, sim, mas somente agora que o escândalo da Cambridge Analytica foi detonado e todos os olhos se voltaram à obtenção indevida de informações de perfis por terceiros.