Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2019
O Facebook admitiu que monitora cada um de seus usuários, mesmo com a função de geolocalização desativada, por razões de segurança mas também com objetivos publicitários.
“Inclusive sem a ativação dos serviços de localização, o Facebook ainda pode saber onde o usuário está com base em informações que ele e outros fornecem através de suas atividades e conexões com nossos serviços”, revela a rede social em carta enviada ao Congresso dos EUA.
O documento foi divulgado no Twitter de uma jornalista do jornal americano The Hill.
Hawley retuitou a publicação da jornalista e escreveu: “Facebook admite. Você apaga os serviços de localização mas eles sabem onde você está para ganhar dinheiro”.
“Não há como escapar. Não há controle sobre sua informação pessoal. Isto é a Grande Tecnologia. É por este motivo que o Congresso precisa agir”.
O Facebook obtém dados pessoais de todos os tipos sobre seus mais de 2 bilhões de usuários frequentes em ao menos uma das plataformas do grupo: Instagram, Messenger, WhatsApp ou Facebook.
Estes dados são a base do seu modelo econômico, que se sustenta com o faturamento em publicidade ultra-segmentada em grande escala.
A empresa enfrenta uma série de processos no exterior e no Brasil. Nesta terça-feira, a gigante de tecnologia foi notificada pelo governo brasileiro a prestar esclarecimentos sobre compartilhamento de dados dos usuários, após a integração com o WhatsApp.
A Secretaria Nacional do Consumidor, órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senacon/MJSP), iniciou uma investigação sobre a rede social, a partir do anúncio de que o WhatsApp teria feito uma atualização em seus termos de uso e começaria a compartilhar os dados de seus usuários com o Facebook.
Fake News
O Facebook afirmou nesta semana que está contratando revisores para ajudar a reduzir o tempo de identificação de uma postagem falsa. A ação faz parte do novo programa piloto que pode ajudar a rede social a reprimir informações enganosas.
O anúncio mostra que a empresa está respondendo às críticas de que não faz o suficiente para combater as postagens falsas no site. O fato de que políticos podem mentir em anúncios na rede social tem alimentado mais a ideia de que o Facebook não faz o suficiente.
A rede social também recebeu críticas por não verificar as postagens rapidamente. Em maio, um vídeo adulterado da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi visto por milhões de pessoas antes de ser classificado como falso e ter sua propagação reduzida. Até mesmo Mark Zuckerberg reconheceu que a empresa poderia ter agido mais rapidamente. Na época, um porta-voz afirmou que o tempo de verificação varia dependendo da postagem.
O Facebook disse que o novo processo será testado nos EUA nos próximos meses. O novo método de verificação vai contar com a tecnologia para ajudar a identificar as possíveis desinformações. Uma inteligência artificial vai verificar se o usuário já compartilhou postagens do tipo no passado, entre outros sinais. Depois, a postagem vai ser enviada aos revisores que vão procurar evidências para apoiar ou refutar o que a postagem diz. Depois, os verificadores vão usar as informações fornecidas pelos revisores para tomar a decisão.