Sexta-feira, 16 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2017
O Facebook anunciou, nessa terça-feira, que, após testes iniciais, vai expandir a exibição de anúncios no aplicativo Messenger. Antes restrita a Austrália e Tailândia, a publicidade no aplicativo vai aparecer para usuários de todo o mundo.
Os anúncios vão aparecer na aba inicial do Messenger. Ao clicar, o usuário poderá ser levado para uma página do anunciante ou para uma conversa com a empresa no aplicativo.
Segundo a empresa, um pequeno número de pessoas já vai começar a ver os anúncios na aba inicial do Messenger no fim deste mês, a partir daí, a expansão será gradual ao longo dos próximos meses.
A localização da publicidade dependerá de uma série de fatores, como tamanho do celular e a quantidade de conversas que a pessoa mantém, de acordo com o site Tech Crunch.
O site afirmou, também, que o Facebook chegou a testar exibir os anúncios como uma espécie de carrossel de imagens, que deveriam ser passadas horizontalmente; mas que a empresa optou pela imagem única.
A companhia, que obtém dos dispositivos móveis cerca de 85% de suas receitas publicitárias, tem tentado lucrar com o Messenger para complementar sua principal fonte de receita – o aplicativo da própria rede social – que deve arrefecer um pouco este ano.
Duopólio
A indústria jornalística dos Estados Unidos advertiu sobre o “duopólio” formado por Google e Facebook e pediu para negociar com as empresas que dominam a difusão de notícias e publicidade na internet. A News Media Alliance disse que os meios de comunicação se veem forçados “a entregar seus conteúdos e jogar sob suas regras sobre como apresentar, priorizar e monetizar as notícias e a informação”.
Uma declaração da associação que reúne cerca de 2 mil grupos de veículos disse que as organizações de notícias “estão muito limitadas em seu poder de negociação com o duopólio formado, que absorve o decrescente segmento de receitas de publicidade”.
O grupo, antes chamado Newspaper Association of America, inclui importantes jornais, como The New York Times e The Wall Street Journal, mas também veículos menores e organizações de notícias.
A indústria jornalística vive uma queda irrefreável da demanda por notícias impressas à medida que os leitores se voltam cada vez mais para as plataformas online.
O presidente da Alliance, David Chavern, escreveu no The Wall Street Journal que as plataformas digitais “distorcem o valor econômico obtido fazendo bom jornalismo”.
Chavern disse que Google e Facebook ficam com mais de 70% dos 73 bilhões de dólares gastos anualmente em publicidade na web.
“Mas os dois gigantes digitais não empregam repórteres. Não mexem nos arquivos públicos para desvendar a corrupção, nem enviam correspondentes a zonas de guerra, nem aos jogos à noite”, escreveu Chavern.
“Eles esperam que a economicamente penosa indústria de notícias faça esse trabalho por eles”, acrescentou.
O representante da associação insistiu que as empresas jornalísticas “devem poder negociar coletivamente com as plataformas digitais que controlam a distribuição e o acesso à audiência”.
Facebook e Google, que compartilham parte dos lucros de algumas plataformas com empresas de notícias, alegam que tentaram ajudar os veículos fazendo algumas concessões.