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Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2020
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) encerrou 2019 com R$ 630,9 bilhões, 2,6% acima do obtido no ano anterior. O resultado é recorde para a série histórica, iniciada em 1989, de acordo com o Ministério da Agricultura. Antes, o maior índice até então tinha ocorrido em 2017 (R$ 627 bilhões).
No ano passado, as lavouras geraram um valor de R$ 411,1 bilhões e a pecuária, R$ 219,8 bilhões. Os produtos que mais se destacaram foram: algodão, milho, amendoim, banana, batata-inglesa, feijão, mamona e tomate.
O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento.
Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.
Ainda segundo o ministério, o ano foi marcado pelo “crescimento extraordinário do faturamento do milho e o desempenho também excepcional da pecuária, com crescimento real de 9%. As lavouras sofreram redução de 0,5%”.
“Pode-se atribuir como força propulsora do crescimento, em grande parte, o aumento das vendas para o mercado internacional, que nos últimos meses de 2019 teve forte impacto na alta da pecuária – destacam-se a expansão das exportações de carne bovina, suína, frango, bem como o aquecimento do consumo interno de ovos.”
Os dados regionais mostram que Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás lideraram a participação no VBP em 2019.
Projeção
De acordo com o Ministério da Agricultura, os indicadores de safra e de preços agrícolas mostram estimativas preliminares para o VBP de 2020 em R$ 674,8 bilhões, 7% superior na comparação com o de 2019.
As lavouras têm previsão de crescimento de 4,6% e a pecuária, 11,3%. Entre os produtos que apresentam melhor previsão de crescimento estão o café e a soja, que devem ter ganhos de 37,6% e 15%, respectivamente.
Preço da carne
A carne foi o destaque de alta da inflação brasileira em 2019, especialmente nos últimos meses do ano, em meio ao aumento das exportações para a China e à desvalorização do real. O preço subiu 32,4% no ano, representando o maior impacto individual na inflação anual.
Para 2020, a proteína animal não deverá ficar mais cara, mas também não terá os valores praticados há um ano, de acordo com especialistas.
O analista de mercado Leandro Bovo explica que o mercado da carne bovina, a principal consumida no país, passou 4 anos sem alta de preços ao mesmo tempo que os custos de produção não paravam de subir.
“Porém, o desconforto com o aumento dos preços, mesmo que menor, ainda estará presente”, completa o sócio-diretor da Radar Investimentos.
No campo, o valor de uma arroba de boi (15 kg) caiu cerca de 15% desde a explosão de preços, no final de novembro.
Na cidade, a média de preços no varejo, calculada pela Scot Consultoria, baixou menos, 0,7%. A empresa afirma que os supermercados ainda estão com estoques de carne mais cara e, até a proteína mais barata chegarem às prateleiras, a baixa deve demorar algumas semanas.