Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de abril de 2021
O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou, nesta segunda-feira (5), a extensão do mecanismo de alívio da dívida para 28 dos países mais pobres do mundo, iniciado há um ano para permitir que enfrentassem melhor o impacto da covid-19.
O alívio do serviço da dívida sob a Garantia de Contenção e Alívio de Catástrofes (FFACC) foi lançado inicialmente em abril de 2020, no início da pandemia.
Naquele momento, abrangia 25 países durante um período de seis meses. Em outubro passado, o dispositivo foi ampliado para um total de 28 países e foi prorrogado até 13 de abril de 2021.
A direção executiva do FMI aprovou em 1º de abril estender este dispositivo até 15 de outubro, anunciou nesta segunda-feira a instituição com sede em Washington em um comunicado de imprensa.
O Fundo FFACC fornece alívio do serviço da dívida na forma de subsídios aos países mais pobres afetados por desastres naturais ou de saúde pública.
“O alívio da dívida proporcionado pelo FFACC tem como objetivo liberar recursos para atender necessidades excepcionais do balanço de pagamentos geradas por uma catástrofe, em vez de ter que destinar esses recursos ao serviço da dívida”, segundo o FMI.
Em resposta à pandemia, em março de 2020 a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, iniciou um esforço urgente de arrecadação de fundos com a meta de alcançar 1 bilhão de dólares em doações para o Fundo FFACC.
O FMI disse nesta segunda que até agora conseguiu contribuições de um total de 774 milhões de dólares, incluindo da União Europeia, do Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Holanda, Suíça, Noruega, Singapura, China, México, Filipinas, Suécia, Bulgária, Luxemburgo e Malta.
A grande maioria dos 28 países beneficiários são da África, apesar de também incluir o Haiti, Afeganistão, Ilhas Salomão, Nepal, Tajiquistão e Iêmen.
O Fundo FFACC permitiu em 2015 ajudar os três países afetados pelo ebola (Guiné, Libéria e Serra Leoa). Seu antecessor, o Fundo Fiduciário para o Alívio da Dívida depois de uma Catástrofe, permitiu eliminar o total da dívida do Haiti pendente do pagamento ao FMI depois de um terremoto devastador em 2010.
Vacinação
A diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, disse nesta segunda que a política de vacinação é a política econômica mais importante no momento. Em discurso na abertura da semana do encontro de primavera do fundo, Kristalina cobrou a expansão de acesso da vacina contra covid-19 para garantir a imunização em nações pobres.
“O rápido progresso no fim da crise de saúde pode aumentar a renda global cumulativamente em US$ 9 trilhões entre agora e 2025, com benefícios para todos os países. Isso é enorme. É o melhor investimento que podemos fazer hoje”, afirmou Kristalina.
Países como os Estados Unidos, que compraram mais doses de imunizantes contra covid-19 do que precisam para vacinar toda a população, têm sido pressionados a ajudar os que estão ficando para trás no combate à pandemia.
Também nesta segunda, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, disse em discurso no Chicago Council on Global Affairs que a economia global é ameaçada pelo impacto da covid-19 em diferentes países. “Nossa primeira tarefa deve ser claramente conter o vírus, garantindo que vacinas, testes e remédios estejam disponíveis o mais amplamente possível”, disse Yellen.
O discurso da secretária do Tesouro americano converge com o apelo da chefe do FMI, que afirmou que “não podemos nos recuperar verdadeiramente dessa crise em nenhum lugar se não derrotarmos a pandemia em todos os lugares”.
A previsão global econômica melhorou, mas com grandes disparidades entre os países e regiões, sendo que as nações em desenvolvimento estão com piores perspectivas, disse a chefe do FMI. “Em parte, isso é devido a um acesso desigual às vacinas”, disse Kristalina.
A diretora-geral do FMI cobrou “ações fortes” dos países para combater a pandemia e garantir uma distribuição mais justa, com envio de doses excedentes de imunizantes para os países que não têm o suficiente para vacinar a população.