Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2019
O engenheiro, escritor, curador e artista plástico Paulo Amaral, ex-diretor do Margs (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli) assumirá a presidência do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). A entidade, agora vinculada ao Ministério da Cidadania (sob o comando do também gaúcho Osmar Terra), responde pela administração direta de 30 instituições do setor.
Ele ainda não foi nomeado, o que deve ocorrer nos próximos dias. Mas já confirmou extraoficialmente a indicação ao ser procurado por veículos da imprensa como a “Folha de S. Paulo”.
Formado em engenharia civil pela PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) em 1974, Paulo Amaral presidiu o Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul) e comandou o Margs durante três gestões: a última se encerrou no final do ano passado, quando deixou o cargo para aceitar o convite relativo ao novo cargo.
“Conheço bem a vida do Margs, que peguei na primeira gestão [em 1997] completamente fora de equipamento”, ressalta Amaral. A primeira gestão se deu no biênio 1997-1998, quando foi convidado a dirigir o museu para orientar o grande restauro que colocou a entidade na rota das exposições internacionais. A segunda vez em que comandou a tradicional instituição da Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre, ocorreu de 2003 a 2006.
Já o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), continuará sob a presidência da historiadora Kátia Bogéa, que ocupou o cargo no governo passado.
No final do ano, em entrevista ao site do próprio Margs, Paulo Amaral revelou já saber de sua escolha para o desafio à frente do Ibram. E comentou os seus planos para o cargo:
“Precisamos analisar como está a questão estrutural de todos os prédios. São as condições físicas, por exemplo, que permitem um museu receber ou não determinadas obras, exposições. Os museus necessitam de um mecanismo para que possam fazer as reformas, os ajustes necessários em suas estruturas. Essa é uma grande preocupação”.
No que se refere ao Museu Nacional, destruído por um incêndio de grandes proporções em setembro, Amaral mencionou planos de reerguimento:
“Em um primeiro momento, vou buscar entender o problema e ver como o governo federal e também a iniciativa privada podem ajudar na restauração. O mesmo também para recompor o acervo. Infelizmente o que se perdeu com o incêndio não temos como recuperar, mas é possível, por exemplo, parcerias com museus internacionais que possam ajudar a formarmos um novo acervo”.
Situação
O Instituto Brasileiro de Museus que Paulo Amaral assumirá e um órgão que passou por uma série de reviravoltas no último passado. Então presidente do instituto, Marcelo Araújo pediu exoneração do cargo em agosto, pouco antes do incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
Em seguida, o Ibram chegou a ser extinto e transformado em uma espécie de órgão regulador (a Agência Brasileira de Museus), mas a decisão acabou sendo revertida. Desde então, o instituto ficou sob a gestão da presidente- substituta Eneida Braga Rocha de Lemos.