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Por Redação O Sul | 28 de setembro de 2017
Genro e conselheiro do presidente Donald Trump, Jared Kushner está registrado na seção eleitoral como uma mulher há oito anos. Documentos do Quadro de Eleitores do estado de Nova York, obtidos pela revista “Wired”, mostram que o americano tem o gênero listado como feminino para o processo de eleição.
Nas imagens, consta que Kushner se registrou para votar em novembro de 2009. Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório, e o eleitor precisa se inscrever caso queira participar. O membro da gestão Trump não se pronunciou sobre os documentos. Segundo o portal, é considerada pequena a chance de o dado configurar fraude eleitoral. O mais provável, apesar do silêncio do conselheiro, é de que seja um erro no preenchimento do formulário de registro.
A troca do gênero de Kushner poderia gerar efeitos legais se ficasse comprovada a intenção do conselheiro em prestar informações falsas. O primeiro a notar a confusão nos papéis eleitorais foi o grupo de oposição liberal American Bridge. Não seria a primeira vez que Kushner deveria retificar um documento. Em maio, ele teve que acrescentar uma reunião com uma advogada russa em seu registro de encontros — episódio em que o americano passou a ser investigado por suposto conluio com a Rússia nas eleições. Em julho, a “CBS” revelou que o conselheiro foi obrigado a editar um formulário de segurança três vezes.
Ao ganhar as eleições de 2016 no Colégio Eleitoral, o presidente Donald Trump tweetou que “milhões de pessoas” haviam “votado ilegalmente”, sem exibir provas. Sem estes supostos eleitores irregulares, ele confia que teria batido a adversária Hillary Clinton no voto popular. Na ocasião, a democrata recebeu quase três milhões de apoios a mais que o republicano nas urnas, mas perdeu em número de delegados.
Kushner comanda o Escritório de Inovações Americanas da Casa Branca, criado por seu sogro com o objetivo de reformular a administração federal dos Estados Unidos. Ele acumulou a função com as tarefas de assessor sênior de Trump. O anúncio ajudou a cimentar a posição do primeiro-genro e de sua mulher, Ivanka Trump, como principais assessores do presidente — a filha do mandatário não mantém cargo oficial, mas ganhou um escritório na Ala Oeste da Casa Branca.
Escolha do genro
Quando assumiu, Donald Trump em seguida nomou Jared Kushner, seu genro, como assessor sênior na Casa Branca, uma escolha potencialmente delicada diante da lei antinepotismo.
“Jared foi um ativo tremendo e um assessor de confiança ao longo da campanha e da transição e estou orgulhoso de tê-lo no rol de liderança chave do meu governo”, disse Trump em um comunicado na época.
A nova posição para Kushner já havia sido antecipada, mas não era claro que papel ele teria. Diferentemente de cargos no gabinete, o posto não exige confirmação no Senado.
Como Trump, Kushner é um empresário do setor imobiliário de Nova York, com uma ampla rede de negócios, o que foi considerado que poderia levar a potenciais conflitos de interesses.
Kushner, de 35 anos, que casou com a filha mais velha de Trump, Ivanka, em 2009, ajudou o republicano Trump a chegar a vitória contra a democrata Hillary Clinton nas eleições de 8 de novembro.