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O Google pagou 135 milhões de dólares para dois executivos acusados de assédio sexual

Cerca de 100 residências devem ser atendidas inicialmente pelo projeto, que deve ser expandido nos próximos meses. (Foto: Reprodução)

O Google concordou em pagar 135 milhões de dólares para dois executivos de alto escalão que deixaram a empresa após serem acusados de assédio sexual e encobrirem as razões para suas saídas, segundo um processo aberto nesta semana.

Os ex-executivos, Andy Rubin e Amit Singhal, supervisionaram alguns dos braços mais importantes e lucrativos da empresa. Rubin, que saiu em 2014, criou o software Android, enquanto Singhal, que deixou o Google em 2016, liderou o setor de buscas.

Rubin foi acusado por uma subordinada de pressioná-la a fazer sexo oral, entre outros abusos, de acordo com o processo. Singhal, por sua vez, foi acusado por uma funcionária de apalpá-la quando estava “embriagado” em um evento. A diretoria do Google, agora chamada de Alphabet Inc., aprovou os pagamentos manifestando pouca divergência, de acordo com o processo.

A denúncia, que cita informações do Google, diz que a empresa concordou em pagar a Singhal aproximadamente  45 milhões de dólares. No entanto, acabou pagando 15 milhões de dólares, porque Singhal mais tarde se juntou a um concorrente.

Os ex-executivos não responderam aos pedidos de entrevista. O jornal  “The New York Times” informou no ano passado o valor de alguns pagamentos, incluindo  90 milhões de dólares para Rubin.

Uma porta-voz do Google disse em um comunicado: “Há sérias consequências para quem se comporta de forma inadequada no Google. Nos últimos anos, fizemos muitas mudanças em nosso local de trabalho e adotamos uma linha cada vez mais rígida contra a conduta inadequada de pessoas em posições de autoridade”.

Os pagamentos provocaram um novo alerta sobre a questão da igualdade de gênero e do assédio sexual no Vale do Silício. O mundo da tecnologia emprega uma relativa escassez de executivos do sexo feminino, e uma pequena fração do dinheiro do capital de risco vai para empresas lideradas por mulheres, indicam pesquisas.

Falta de ética

Não bastasse a falta de ética implicada em realizar pagamentos milionários para executivos deixando a companhia acusados de assédio, a Google é acusada pelo acionista reclamante de violar a sua obrigação fiduciária, abuso de poder, desperdício corporativo e enriquecimento ilícito. Ele pede ainda uma indenização por danos sem valor especificado.

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