Terça-feira, 14 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2018
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, reforçou a necessidade do Estado aderir ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal) após convocar a Assembleia Legislativa para voltar ao plenário, ainda durante o recesso parlamentar, para decidir sobre a aprovação do projeto. “Teremos uma melhoria significativa no fluxo de caixa, já que o pagamento da dívida com a União será suspenso por três anos, podendo prorrogar por mais três. O não pagamento deste déficit representa um fôlego financeiro de R$ 11,3 bilhões até 2020”, disse Sartori, segundo informações do Palácio Piratini.
“Não teremos a solução de todos os problemas, mas no mínimo um alívio e um tempo a mais para encaminhar o equilíbrio das contas. No curto prazo, a adesão ao RRF, junto com o governo federal, vai dar condições de fazer os repasses aos municípios, aos fornecedores e de pagar os salários dos servidores em dia”, acrescentou o governador.
Futuro comprometido
Segundo a líder da bancada do PT na Assembleia gaúcha, Stela Farias, o governador Sartori “quer impor à Assembleia Legislativa a aprovação de projetos que comprometem o futuro do RS, a toque de caixa, de preferência sem qualquer debate. Às vésperas do período eleitoral precisa cumprir com a agenda de seus patrocinadores privados. Não se trata de medidas republicanas, mas de abertura de mercado às custas dos serviços públicos. Além disso, é inoportuno e inadequado uma convocação dessa natureza a três dias do final do recesso parlamentar”.
O governador, no entanto, aponta para a crise estadual, que, segundo ele, não vem de hoje. “Quando assumimos o governo em 2015, o quadro era o da pior recessão econômica da história do País e de um Estado que há muito tempo gasta mais do que arrecada, com impossibilidade de fazer qualquer empréstimo”.
De acordo com o governo gaúcho, caso a Assembleia não aprove as propostas, que estarão aptas a votação nesta segunda-feira (29), há o risco de juntar o pagamento das folhas, de não pagar fornecedores e não ter repasses aos municípios, além de não poder investir em infraestrutura, saúde, educação e segurança.
“Precisamos deste aporte da União para sairmos da crise, estabilizarmos as finanças e voltarmos a crescer. E eu acredito que eles estão cientes do seu papel nesta caminhada, é o momento de deixarmos de lado as ideologias e disputas políticas para fazermos o futuro do Rio Grande falar mais alto”, afirmou Sartori.