Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2020
O governo britânico anunciou nesta terça-feira (16) um prolongamento no sistema de senhas para almoço gratuito nas escolas do país durante as férias de verão. A decisão foi tomada após um apelo do atacante do Manchester United, Marcus Rashford.
No último domingo, o jogador de 22 anos publicou uma carta aberta direcionada ao parlamento pedindo que fosse revertida a decisão de suspender a oferta de refeições grátis enquanto as escolas inglesas estiverem fechadas. Segundo ele, “o sistema não foi feito para que famílias como a sua sejam bem-sucedidas”.
“Como um homem negro de uma família pobre, eu podia ter sido apenas mais um para a estatística. Graças ao altruísmo da minha mãe, da minha família, dos meus vizinhos e dos meus treinadores, hoje em dia as estatísticas às quais sou associado são jogos e gols”, dizia a carta de Rashford.
O atacante ajudou a arrecadar cerca de 20 milhões de libras com a instituição de caridade FareShare UK para fornecer refeições às famílias necessitadas durante a pandemia do coronavírus.
Em nota oficial, o porta-voz oficial do primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse que serão fornecidas senhas grátis para almoço aos alunos elegíveis durante as férias do período escolar na Inglaterra.
“Vamos providenciar um fundo alimentar de verão. Vamos fornecer senhas de almoço durante as seis semanas de férias. É uma medida específica que reflete as circunstâncias únicas da pandemia. O esquema não vai continuar para além do verão e os elegíveis vão ser os que já estavam habilitados para os almoços escolares gratuitos”, diz o comunicado.
Mortes por Covid-19
O número de mortes por Covid-19 no Reino Unido atingiu 53.077, de acordo com uma contagem da Reuters a partir de dados oficiais que reiteram o status do país como um dos mais atingidos no mundo.
A contagem da agência de notícias Reuters inclui mortes em que a Covid-19 foi mencionada em atestados de óbito na Inglaterra, no País de Gales e na Irlanda do Norte até 5 de junho, além de menções na Escócia até 7 de junho. Os dados também incluem mortes hospitalares mais recentes.
O Instituto Nacional de Estatísticas Britânico (ONS, em inglês), que atualiza os números semanalmente, informou nesta terça-feira que o número de mortes envolvendo a doença respiratória na Inglaterra e no País de Gales até 5 de junho subiu para 47.820.
O elevado número de mortes provocou críticas à conduta do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em relação à pandemia, com partidos da oposição e alguns cientistas dizendo que o Reino Unido demorou a impor uma quarentena ou proteger os idosos em casas de repouso.
Epidemiologistas dizem que o excesso de mortalidade – mortes por todas as causas que excedem a média de cinco anos pela primeira vez em 2020 – é a melhor maneira de medir as mortes por um surto de doença, já que é comparável internacionalmente.
Embora esses números demorem mais para serem compilados, o Reino Unido também parece enfrentar dificuldades nesse índice.
Cerca de 64.500 pessoas a mais do que o habitual morreram no Reino Unido durante a pandemia deste ano, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, disse Nick Stripe, chefe de análise de saúde do ONS. As informações são do jornal O Globo e da agência de notícias Reuters.