Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2019
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, revelou que o presidente Jair Bolsonaro pediu aos ministros um levantamento sobre todos os imóveis do governo federal nos Estados, sobretudo nas respectivas capitais. A ideia é reunir estruturas administrativas em um menor número de instalações possíveis, de forma racional e se possível em um endereço por cidade, liberando assim diversas propriedades para venda.
“É o nascedouro da ideia de uma Casa Brasil nas capitais. A União tem hoje quase 700 mil imóveis. Pensem o que isso significa em termos de custo de manutenção”, explicou Onyx em entrevista à imprensa na tarde dessa quinta-feira. “Também serão revisados todos os contratos de locação de imóveis. Há um contrassenso absurdo em pagar pela utilização desses espaços.”
R$ 300 bilhões
Essa não é a primeira vez que um membro do governo federal menciona esse tipo de medida. No mês passado, ainda durante a gestão do presidente Michel Temer, o então ministro do Planejamento, Esteves Colnago, afirmou que, se a União conseguisse se desfazer de todos os imóveis passíveis de leilão, a arrecadação estimada alcançaria aproximadamente R$ 300 bilhões.
Colnago avaliou, entretanto, que a criação de fundos de investimentos imobiliários seria um instrumento mais eficiente para a gestão desses ativos que a simples tentativa de venda direta: “Se vendêssemos todos os imóveis possíveis, arrecadação seria de quase R$ 300 bilhões. Mas venda de imóveis não é coisa simples. Muitos desses imóveis têm problemas de reformas e manutenção”.
Ainda de acordo com ele, a União possui hoje em torno de 681 mil imóveis, mas muitos não podem ser desmobilizados, a exemplo da própria Esplanada dos Ministérios. Já os apartamentos, casas, salas comerciais e armazéns poderiam ser desocupados.
Administração
“Talvez seja necessário repensar a forma de vender propriedades que pertencem ao governo federal”, ponderou Colnago na ocasião. “Fundos de investimento imobiliário podem ser a solução para alguns desses ativos. Há mecanismos de mercado que hoje se adequariam mais do que uma secretaria administrar esses imóveis.”
Colnago acrescentou a possibilidade de que seja constituído um fundo para receber os aluguéis desses imóveis, e outro fundo para receber os valores das vendas desses ativos. “A ideia seria vender as cotas desses fundos no mercado. Uma proposta de formatação para a constituição desse sistema já está inclusive em consulta pública”, detalhou.