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Por Redação O Sul | 22 de março de 2019
Após dois anos e meio de atuação em Porto Alegre, a Força Nacional de Segurança Pública deixará o Rio Grande do Sul. O governo gaúcho havia solicitado a renovação da permanência da corporação, mas essa hipótese é atualmente inviável, devido à necessidade de encaminhar os agentes para o Pará, onde há um pedido de urgência.
A saída foi informada pelo secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, durante visita à Capital nessa sexta-feira. O vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, que acumula a função de secretário estadual da Segurança Pública, agradeceu pelo empenho da tropa durante o período em que reforçou ações do setor na cidade.
Ranolfo minimizou a perda, ao explicar que o efetivo da Força de Segurança que ainda se encontrava em Porto Alegre era pequeno: “Tínhamos 54 policiais militares e nove policiais civis. Por isso, a saída desses agentes não deve causar grande impacto na segurança”.
O titular da pasta mencionou, ainda, o fato de que em agosto deste ano será concluída a formação de aproximadamente 2,4 mil policiais que serão agregados às forças de segurança em atuação no Estado. A data de efetivação da retirada não foi detalhada pelo Palácio Piratini.
Presença
A Força Nacional está presente no Rio Grande do Sul desde o dia 28 de agosto de 2016, durante a gestão de José Ivo Sartori no Palácio Piratini e de Michel Temer no Palácio do Planalto, ambos do MDB. Na ocasião, 120 agentes desembarcaram na capital gaúcha em meio a um contexto de crise na segurança pública do Estado, devido a uma alta nos índices de criminalidade e à insatisfação dos membros da Brigada Militar e Polícia Civil com o parcelamento de salários.
A decisão do Executivo em pedir o apoio foi tomada após mais um dos diversos latrocínios então registrados na cidade – a vítima havia sido uma empresária de 44 anos, morta enquanto esperava no carro a filha sair de uma escola na Zona Norte. Horas depois, Sartori anunciou a substituição do comando da Secretaria da Segurança Pública, com a saída de Wantuir Jacini e a entrada de César Schirmer.
O reforço da segurança no estado com a Força Nacional foi acertado na manhã da última sexta-feira (26), após uma reunião entre Sartori e o presidente em exercício, Michel Temer, em Brasília. Em outras ocasiões, o governo federal havia oferecido o apoio e o prefeito José Fortunati chegou a se manifestar a favor da medida, então descartada pelo Piratini.
Em maio do ano seguinte, a atuação em Porto Alegre passou a ser desenvolvida de acordo com o planejamento estratégico do Plano Nacional de Segurança Pública, no qual Porto Alegre, Natal (RN) e Aracaju (SE) foram escolhidas como cidades-piloto.
Dentro das ações efetuadas estavam operações de combate a homicídios dolosos, feminicídios e tráfico de drogas, em área pré-estabelecidas em conjunto com as autoridades locais do setor. Em 22 de janeiro, já com um novo presidente da República (Jair Bolsonaro), um novo ministro da Justiça (Sérgio Moro) e um novo governador gaúcho (Eduardo Leite), a corporação teve a sua permanência renovada pela última vez.
(Marcello Campos)