Quinta-feira, 19 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de dezembro de 2020
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu um processo contra o Facebook por discriminação no recrutamento de trabalhadores – a ação afirma que a empresa de Mark Zuckerberg privilegiou a contratação de funcionários imigrantes em relação aos americanos.
No documento, a divisão de direitos civis do Departamento diz que o Facebook “se recusou a recrutar, considerar ou contratar trabalhadores americanos qualificados e disponíveis” para mais de 2,6 mil cargos, com um salário médio de US$ 156 mil. Em vez disso, esses empregos foram para portadores de visto de imigrante, de acordo com o processo.
Segundo o Departamento de Justiça, a ação acontece após uma investigação de dois anos que analisou se o Facebook favorecia intencionalmente o chamado visto H1-B, de trabalhadores qualificados, e outros funcionários imigrantes temporários em relação aos trabalhadores dos EUA.
“Nossa mensagem para os trabalhadores é clara: se as empresas negarem oportunidades de emprego preferindo ilegalmente os titulares de vistos temporários, o Departamento de Justiça as responsabilizará”, disse Eric S. Dreiband, procurador-geral assistente da divisão de direitos civis do órgão. “Nossa mensagem para todos os empregadores – incluindo aqueles no setor de tecnologia – é clara: você não pode ilegalmente preferir recrutar, considerar ou contratar titulares de vistos temporários em vez de trabalhadores dos EUA.”
Em resposta, Andy Stone, porta-voz do Facebook, disse: “O Facebook tem cooperado com o Departamento de Justiça em sua análise da questão, e enquanto contestamos as alegações do processo, não podemos comentar mais sobre litígios pendentes”.
A reclamação acontece em meio a uma pressão crescente do governo americano contra gigantes da tecnologia, com Google, Facebook, Amazon e Apple, por violações antitruste. A preocupação, tanto de republicanos quanto democratas, cresceu nos últimos anos contra as empresas por abusos de privacidade de dados, disseminação de desinformação e outros conteúdos tóxicos em suas plataformas, além reclamações de práticas anticompetitivas que prejudicam consumidores e pequenas empresas.
O processo contra o Facebook por discriminação se junta a uma série de problemas que a rede social enfrenta em Washington. A FTC, agência reguladora do ambiente econômico nos Estados Unidos, e dezenas de Estados americanos estão preparando separadamente ações antitruste contra o Facebook, que avaliam como a rede social manteve seu poder por meio de fusões de concorrentes nascentes, como Instagram e WhatsApp. A FTC e os procuradores-gerais estaduais devem anunciar planos de ação legal em breve, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. As informações são do jornal The New York Times.