Domingo, 21 de dezembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política O governo fez movimentos de reaproximação com o Congresso após semanas de conflitos, enquanto a tensão entre os parlamentares se desloca para o Judiciário

Compartilhe esta notícia:

Tensão com STF escala após operações policiais atingirem governo, centrão e oposição. (Foto: Luiz Silveira/STF)

O governo Lula fez movimentos de reaproximação com o Congresso após semanas de conflitos e espera que o recesso apazigue de vez a relação, enquanto a tensão entre os parlamentares se desloca para o Judiciário, com seguidas operações policiais contra congressistas e a iminência de julgamentos polêmicos, como o que questiona a impositividade das emendas ao Orçamento.

No retorno, a prioridade do governo será a pauta da segurança pública, com a PEC (proposta de emenda à Constituição) sobre o tema e o projeto antifacção, ambos na Câmara. Além disso, está na lista de prioridades a aprovação no Senado do nome de Jorge Messias para ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

O semestre é curto, por causa das eleições, e os parlamentares avaliam que o volume de votações será mais restrito.

A relação do governo com a gestão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), viveu momentos conturbados ao longo do ano.

Entre os atritos estiveram a derrubada do decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a escolha de Guilherme Derrite (PP-SP), aliado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como relator do projeto de lei antifacção, a votação do projeto de redução de penas para o ex-presidente Jair Bolsonaro e a PEC da Blindagem.

Lula atuou na última semana para distensionar a relação. Telefonou para Motta para acertar a pauta econômica e escolheu o filho de um aliado dele, o deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB), como ministro do Turismo, no lugar de Celso Sabino — substituição que também o reaproxima do partido, até então rompido.

Para Motta, a relação está estabilizada e haverá mais diálogo em 2026. “Como todas as relações das nossas vidas, você tem aí os altos e baixos, e isso é muito natural, porque cada Poder tem a sua independência, cada Poder tem a sua maneira de agir, tem a sua dinâmica interna. Não está escrito na Constituição que um Poder tem que concordar com o outro em 100% dos pontos”, disse ele a jornalistas.

Além disso, Motta reatou com o líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (RJ), com quem estava rompido desde novembro. Eles se encontraram na última sexta (19) pessoalmente para discutir os desentendimentos e colocaram fim a briga. “Para mim, o jogo está zerado”, disse o presidente da Câmara.

Com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Lula prometeu uma conversa para os próximos dias, após desentendimentos sobre a escolha para o STF — o senador queria que o indicado fosse Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado. O petista também se encontrou com alguns dos principais líderes da Casa, que cobravam um diálogo mais frequente.

A retomada das conversas ocorreu após o adiamento da votação de Messias para 2026 e também depois da reação do Senado à decisão de Gilmar Mendes que dificultou o impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), cenário que abriu margem para a crise dos senadores com o Palácio do Planalto sair do foco.

Um problema para 2026 são os desentendimentos do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), com alguns dos principais integrantes da Casa, incluindo Alcolumbre – que passou semanas sem atender ligações dele por entender que atuou para a escolha de Messias – e Renan Calheiros (MDB-AL), que criticou o acordo de procedimentos que permitiu votar o projeto de redução de penas.

Por outro lado, a tensão entre Congresso e STF continuou a escalar. Em dezembro, operações policiais atingiram todos os campos: o governo, o centrão e a oposição.

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra Mariângela Fialek, a Tuca, assessora ligada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) e que continuou a trabalhar na gestão Motta com o gerenciamento das emendas parlamentares ao Orçamento.

A operação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do STF, para apurar suspeitas de irregularidades na destinação de recursos públicos por meio de emendas parlamentares. A investigação atinge em cheio alguns dos principais integrantes do centrão, que comandam o maior volume dessas verbas.

O grupo saiu em defesa de Tuca, e Motta divulgou uma nota para afirmar que a servidora exerce um papel técnico e que não há irregularidade na distribuição das emendas. O movimento, no entanto, incomodou a cúpula do Congresso –e há relatos de assessores agora temendo virar alvo também de operações.

Outra ação da PF atingiu o senador Weverton Rocha (MA), relator da indicação de Messias para o STF e líder do PDT no Senado, uma das bancadas mais lulistas. A mesma operação investiga também um pagamento de R$ 300 mil feito por ordem do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, a uma empresária amiga de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. Todos negam irregularidades. (Com informações da Folha de S.Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Superior Tribunal Militar cassou patente de oficiais em 86% dos casos, mas nunca julgou generais após 1988
Redução de penas de prisão aprovada no Congresso tem aceitação no Supremo com análise caso a caso
https://www.osul.com.br/o-governo-fez-movimentos-de-reaproximacao-com-o-congresso-apos-semanas-de-conflitos-enquanto-a-tensao-entre-os-parlamentares-se-desloca-para-o-judiciario/ O governo fez movimentos de reaproximação com o Congresso após semanas de conflitos, enquanto a tensão entre os parlamentares se desloca para o Judiciário 2025-12-21
Deixe seu comentário
Pode te interessar